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TERRORISMO e EVENTOS CLIMÁTICOS

Em 11/09/2001, ocorreram os ataques terroristas às Torres Gêmeas e Pentágono.

Entre 23 e 31 de agosto de 2005 o furacão Katrina inundou a cidade de Nova Orleans.

REFLEXÕES GOVERNAMENTAIS

Foi a partir destes eventos que falhas significativas na coordenação das agências de emergência dos EUA foram identificadas, e que provocou as mudanças sobre o conceito de preparação do governo.


Dr. Enrico Louis Quarentelli, professor emérito, fundador e diretor da Graham Hall Newark escreveu vários livros sobre a natureza dos desastres ao longo de sua carreira. Ao descrever suas impressões sobre o ataque às Torres Gêmeas de Nova Iorque ele reiterou a influência que a mídia teve sobre a consciência a respeito dos desastres. Aquele evento mudou a forma como Dr. E. L. Quarentelli e muitos outros especialistas pensavam a respeito de desastres.

O que exatamente é um desastre?

Foi a partir daí que o conceito de desastre mudou, e a percepção pública transformou .


O MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO

Ao longo da história as guerras transformaram o mundo, mas o tipo de guerra com ataques terroristas em Nova Iorque, e o tipo de impacto do Katrina mudaram mais do que o mundo.


As referências semânticas passaram a categorizar a condição dos eventos colocando o foco nas medidas de preparação e nas ações de recuperação que se tornaram um tipo de espetáculo, cuja difusão midiática converte tudo em “reality-show” com divulgação em âmbito mundial.


TERMOS QUE MERECEM REFLEXÃO

O termo tragédia nos leva refletir sobre uma conotação teatral, do gênero dramático. É empregado como sinônimo de adversidade, infortúnio, fatalidade, em que figuram os heróis, com fim de suscitar o terror ou a piedade em relação aos problemas humanos de natureza grave; aqueles comovedores em que o personagem principal é morto por erro ou paixão.


O termo calamidade é empregado para descrever perdas de grandes proporções, mudança brusca e radical na vida das pessoas, por convulsão social, transformação da crosta, dilúvio.


O vocábulo Calamidade Pública é referência da Defesa Civil (SEDEC) para designar a condição em que fenômenos perturbadores atingem vasta área ambiental e/ou grande número de pessoas e valores culturais, como tsunamis, terremotos, epidemias e pragas.


Para saber mais acesse: Ciência das Emergências Parte #1


PENSAR O IMPENSADO

Ao pensar a respeito da preparação dos recursos para resposta e recuperação, independentemente da categorização do impacto, refletiremos sobre a natureza desses eventos, sem descuidar das competências e habilidades dos profissionais para lidarem com as ameaças típicas deste século.

  • Com quais métodos e programas de formação?

  • Com qual sistema operacional e de comando?

  • Com qual sistema de coordenação política e financeira?

  • Será que isso é possível?

  • Quando, como e com quem iniciar o processo?

  • A que custo?

AS IMPLICAÇÕES

Com os ataques terroristas e com o impacto do furacão ficou evidente que os EUA na posição de a maior potência do planeta sentiu ser atingida em seu orgulho, muito mais do que em suas estruturas.

  • Será que antes disso nenhum impacto foi tão grave quanto esses dois?

  • Ou será que a gravidade deles foi a divulgação das cenas em tempo real?

O mundo ficou interligado, e não há como impedir a divulgação pelas redes sociais.

  • Será que foi esse nível de difusão que modificou o conceito de desastre?

  • Será porque os impactos climáticos e antropogênicos são mais devastadores?

  • Será que é pelo número de vítimas, perdas patrimoniais e danos ambientais?


Como categorizar os diferentes tipos de eventos indesejáveis?

  • Talvez seja com uma gradação do tipo: “a mais devastadora”?

  • Talvez seja com uma gradação para danos ambientais?


A VELOCIDADE DAS COISAS

Atualmente os fatos e a notícia entram em nossos celulares antes mesmo que as autoridades tenham sido capazes de dimensionar e se posicionar a respeito. A informação em tempo real provoca reações sociais que contagiam o planeta numa velocidade que é difícil descrever ou prever.


  1. O EFEITO DAS TELECOMUNICAÇÕES NAS TORRES GÊMEAS


Os ataques terroristas ensinaram muito sobre as falhas nas telecomunicações.

Quando o primeiro avião Boeing 767 da American Airlines foi jogado contra a Torre Sul, o sistema público (911) de telecomunicações de emergência dos EUA ficou congestionado devido ao grande número de pessoas que ligaram para informar o evento (partindo de dentro da Torre como de fora).


Na medida em que mais e mais pessoas chamavam o 911 para comunicar, os atendentes do sistema respondiam às chamadas dizendo logo que “já tinham sido informados”.


Com base nas primeiras chamadas que entraram os atendentes assumiram que o avião havia colidido contra a torre Sul por “acidente aéreo” e não como resultado de um ataque. Enquanto as pessoas chamavam para dizer que outro avião havia batido contra a torre Norte, os atendentes respondiam assumindo que as pessoas estivessem ainda se referindo ao primeiro avião.


O FATOR CRUCIAL

Os atendentes controladores somente se deram conta de que as chamadas agora descreviam que outro avião havia colidido quando por meio da CNN viram as cenas, ao vivo. Então, se tivessem compreendido que haviam sido dois aviões a bater contra as duas torres respectivamente o procedimento de resposta teria sido outro. O espaço aéreo teria sido fechado e as autoridades aeronáuticas teriam enviado imediatamente os aviões caças para impedir que outros aviões suicidas dos terroristas fossem lançados contra prédios.


O tempo decorrido entre o primeiro ataque e a percepção de que não se tratava de “acidente aeronáutico” permitiu que um terceiro jato fosse lançado contra o Pentágono.


Mesmo comprovando ter um terceiro avião sido lançado, as ações para “fechar” o espaço aéreo e enviar os aviões de combate foram lentas, muito lentas para responder aquela ousadia. A partir daí o sistema de atendimento a emergências dos Estados Unidos mudou seus modos operacionais. Pensar o impensável e muito mais, passou a estar subjacente a todas as chamadas recebidas pelo serviço 911.

 

CRUZAMENTO DE INFORMAÇÕES

O sistema público de telecomunicações de emergências (911) nos Estados Unidos foi colocado sob escrutínio e uma revisão estrutural e operacional foi desenvolvida.

Atualmente as informações que chegam ao sistema de uma cidade no interior do Arizona, por exemplo, podem estar diretamente associadas a outras que chegam ao sistema através de um atendimento feito no Kansas. Assim, cruzar as informações recebidas e encontrar um ponto comum entre elas passou a ser um desafio para os profissionais de telecomunicações de emergência, e não apenas para os especialistas em segurança. Os atendentes precisam “sentir o cheiro do lugar de que chamou”.


Não basta ouvir o relato da queixa principal do chamador. É preciso interpretar uma miríade de sutilizas associadas às chamadas, indo além do que parece óbvio.

Nada é óbvio no século 21.


  1. PROBLEMAS E SOLUÇÕES


O furacão Katrina ensinou muito sobre as camadas sociais estratificadas.

Embora os Estados Unidos sejam anualmente açoitados por ventos de magnitudes destrutivas, e tenham desenvolvido sistemas para lidar com furacões, tornados e tempestades tropicais, o Katrina demonstrou que havia muito a ser aprendido para proteger e atender a população atingida. Ou seja, mesmo que o tradicional “aviso de furacão” tenha seguido os protocolos e uma significativa parte da população tenha aderido as recomendações.


No entanto, as pessoas que não têm os meios para preparar suas casas e resistir em suas residências, elas devem seguir as cartilhas e se dirigir aos abrigos, como no caso do Superdome (foto abaixo).


Uma lição dolorosa aprendida foi ter gangster da cidade e liberados dos presídios inundados assumindo o controle das instalações no Superdome, subjugando mulheres, crianças e até policiais, passando a “vender” os alimentos, itens de higiene pessoal, alimento, água e até as acomodações destinadas a crianças, mulheres e especiais.

A EXPERIÊNCIA PESSOAL

Eu estava em Nova Orleans participando do Congresso do National Safety Council. Como os demais convivas, eu fui orientado a deixar a área; ir para o aeroporto e voltar ao Brasil. E foi o que os congressistas fizeram. No trajeto para o aeroporto MYF de Nova Orleans, eu testemunhei as filas de carros que se formavam nas estradas saindo da Louisiana em direção ao Texas.


Ao chegar no Brasil pude assistir pela televisão as pessoas que não sairiam da área, e que estavam a ainda a preparar suas casas para enfrentar a tormenta. Os percalços resultaram na argumentação que colocou a Gestão de Emergências como disciplina a ser aplicada na solução dessas questões.


SOLUÇÕES PARA AS QUESTÕES ÁCIDAS

O Presidente Bush teve que comparecer mais de uma vez em público para responder a questões que os americanos nunca haviam pensado que um dia viessem a formular. 


Como foi possível?

  • Ataques terroristas em solo pátrio?

  • A cidade de Nova Orleans devastada?

  • Pessoas atacadas por aligátores?

  • Quais foram as conclusões?


Concluímos que foram esses dois eventos a base das reflexões que, como resultado, colocaram a Gestão de Emergências como prioridade em todos os níveis de formação escolar e acadêmica em todos os níveis.


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