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Editorial

APRESENTAÇÃO

O Jornal da Gestão de Emergências (JGE) é uma publicação que resulta de grande diversidade de estudos internacionais sobre a Sociologia das Emergências e Desastres. Por décadas foram mantidos debates consistentes neste domínio do saber que, associados a experiências obtidas em Portugal, Brasil e Angola agora contribuem para embasar as argumentações do JGE e coadjuvar a nova forma de pensar sobre o que se define ser a Preparação Doméstica para Emergências, Desastres e Educação em Primeiros Socorros. 

pessoa consolando outra

Emergências ocorrem a qualquer momento, em qualquer lugar e em todas as proporções, por isso é necessário estar preparado para responder a todos os tipos de desafios a tempo e com alta qualidade de procedimentos .

Em consonância com as recomendações publicadas pelo Europeam Ressuscitation Council (ERC: 2020-2021) que, por sua vez, estão fundamentadas em evidências científicas de estudos do ILCOR conduzidos entre 2010 e 2021, surgiram as bases para se enfatizar uma abordagem renovada que coloca a Gestão de Emergências como necessidade inalienável para se alcançar a eficácia das respostas a emergências alinhada aos mais diferentes contextos planetários. 

pessoas trabalhando em uma emergência

 Métodos, técnicas, equipamentos e materiais precisam estar alinhados aos procedimentos adequados aos diferentes contextos, que segundo a OCDE variam entre, frágeis, não-frágeis, estáveis, remotos e conflagrados. 

BREVE HISTÓRICO

Desde 1973 até 2015 as recomendações para EPS eram fundamentadas em observações clínicas opinativas para atender indistintamente as pessoas que precisariam aprender primeiros socorros com objetivo de cumprir exigências normativas. O que as estatísticas de sucesso nos atendimentos revelaram em 2008 chamou atenção sobre a ineficácia das repetidas atualizações quinquenais de diretrizes e protocolos que colocavam a clínica médica no centro da intervenção, em vez de ser o socorrista em formação a expor a situação contextual e o momento em que precisaria intervir. Ou seja, eram os médicos que ao longo das décadas faziam a regulação e estabeleciam os currículos e métodos fundamentados em “horas-aula” para emitir certificados da suposta eficiência, em vez de serem os alunos a dispor em pauta de aula o que seria efetivamente era relevante para suas vidas e, quais os recursos que eles dispunham em seus contextos para obter o melhor resultado (eficácia).

Após mais de 40 anos, dezenas de centenas de instrutores foram formados e, entre eles foram identificados educadores que criavam seus próprios currículos, operando em organizações que buscavam os menores custos para obter os certificados de formação do seu pessoal. Diante deste cenário, buscamos oferecer o melhor para se alcançar a EPS de qualidade. Para alinhar os resultados dos diferentes conteúdos, sugeríamos que os egressos respondessem a exames teóricos e demonstrassem habilidades práticas, comprovando terem eles alcançado parâmetros básicos para serem eficientes e eficazes nos resultados. 

pessoas trabalhando em uma emergência

As técnicas da RCP e DEA para atender parada súbita do coração precisam contar com o acesso público aos aparelhos e com a Gestão de Emergências para garantir a plena recuperação da vítima no menor espaço de tempo e com custos conhecidos 

Entendemos que para modificar o paradigma dominante que por mais de cinco décadas vicejava entre os contratantes responsáveis pela qualificação de seu pessoal em primeiros socorros, seria necessário investir na gestão dos processos, com ênfase na mitigação, preparação, resposta e recuperação (etapas da Gestão de Emergências), para reduzir agravos de saúde, prevenir perdas patrimoniais, danos ao meio ambiente e falhas nos métodos de produção. 

A MISSÃO

A disciplina Gestão de Emergências foi desenvolvida a partir da contribuição de profissionais de diversas especializaões que se dedicaram a estudos e se envolveram em debates acalorados que ainda se acirram para encontrar formas de coadunar diversidades culturais dentro dos diferentes contextos, que influenciam tanto pela indisponibilidade de recursos como pelos níveis educacionais que impossibilitam alcançar a missão de modificar paradigmas. 

Com isso e para isso, o JGE assume o protagonismo de contribuir para desestruturar a tática defensiva e os argumentos inconsistentes que buscam justificar a inércia que a medicina baseada em consensos opinativos vinha praticando por décadas. A metodologia de ensino baseado em cenários trazidos pelos alunos somente conseguirá modificar a plataforma de contratações de serviços de educação em primeiros socorros quando incluir a Gestão de Emergências como fator essencial. Com essa premissa o JGE inicia suas publicações visando ajudar a sobrepujar as crônicas limitações de acesso aos mais recentes sucessos alcançados no idioma inglês, em países que se dedicaram a ampliar a percepção da importância da Gestão de Emergências, incluindo a disciplina nos fatores subjacenters às políticas de saúde pública. 

pessoas trabalhando em uma emergência

Chegar rápido ao hospital pode não ser suficiente, se as ações imediatas após o agravo de saúde não forem geridas e aplicadas com alto nível de qualidade, contribuindo para a plena recuperação das vítimas, no menor espaço de tempo de hospitalização e custos financeiros à sociedade. 

OS CUSTOS DA PREPARAÇÃO

Editorial conocação

A boa notícia é que a nossa Primeira Edição JGE (agosto 2023) obteve 99% de acessos no comparativo com outras publicações do gênero. Para o JGE esse dado é relevante não pelo aspecto comercial, mas pela importância incontestável das mensagens levadas aos leitores selecionados entre as lideranças empresariais e autoridades governamentais, com deferência especial aos engenheiros e técnicos de segurança, pessoal da enfermagem do trabalho e os que tripulam os recursos das agências de resposta.

 

Reiteramos que as atribuições da Gestão de Emergências ainda são desconhecidas e má interpretadas. Devido ao ineditismo dessa disciplina, os administradores de carreira tendem a manter a inquietante inércia sonolenta, típica dos que pensam que sabem a respeito. Mesmo quando são expostos a evidências inquestionáveis dos importantes benefícios, continuam a desprezar pela calcinada má interpretação ou pela mera comodidade das rotinas: um risco.  

 

Estamos confiantes de o JGE, desde seu lançamento há um mês, estar a sensibilizar profissionais alertas e estudantes ávidos por novidades candentes para se apropriarem dos conteúdos técnico-científicos que esclarecem o real significado de desastres. A definição de “desastre” adquiriu um novo contorno e revelou que os custos da preparação são minúsculos em comparação com os danos e perdas causados por eventos socialmente perturbadores.

 

Ao redor do mundo, os efeitos deletérios dos fenômenos além de impactarem a economia, causam sofrimento humano, destruição de propriedades, interrupções dos meios de produção e danos ambientais. Desse modo, o significado de desastres está sendo apreciado sob uma nova dimensão, por estarem mais frequentes, mais intensos e associados ao aumento da violência, dos gangsters oportunistas e de recursos insuficientes das agências de resposta para atender a todos na mesma proporção e, com isso, colocando em descrédito as governanças.

 

A pergunta é: quem está preparado para os desafios "quando" – e "se" – (...)?

 

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O JGE trás elementos para ampliar as visões de maneira que o sentido de se “estar preparado” seja introjetado pelas autoridades para chegar a indivíduos e famílias, incluindo os animais.e ajuda. 

Esteja preparado

Você pode e mesmo deve participar com a missão do JGE e desenvolver a percepção para identificar em meio às multidões aquelas pessoas que podem estar a precisar de ajuda. 

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