OPORTUNISMO PARTE #2
- Randal Fonseca

- 20 de jan. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 22 de jan. de 2024
A designação “sopa de pedra” é encontrada em culturas ocidentais, tendo no cerne da lenda um protagonista a se alimentar da ingenuidade ou boa vontade de pessoas bem-intencionadas.
A sopa de pedra tem origem na cidade de Almeirim, na região do Ribatejo ...
... EM PORTUGAL
... onde um frade pobre que peregrinava pela região se ajeitou em uma sombra diante de uma casa para acender um foguinho e cozinhar uma “sopinha”. Uma senhora a espreitar as ações do frade pela janela se surpreendeu quando viu ele tirar no bornal uma pedra lisa bem lavada e a colocar dentro da água a ferver. A senhora movida pela curiosidade foi logo a perguntar o que estava o senhor frade a fazer. O frade explicou estar a cozinhar uma sopa de pedra, pois nada além daquela pedra ele possuía, mas, após um curto suspiro ele foi logo acrescentando que, muito agradeceria se lhe pudessem ceder algum temperinho. A dona da casa foi à cozinha e de lá lhe trouxe um pouco de sal. Agradecendo, o frade disse que melhor se fosse um bocado de chouriço ou toucinho. E lá foi o unto para junto da pedra; o frade sorrindo se dirigiu a uma outra senhora bisbilhoteira que se aproximara e perguntou se ela, a exemplo da primeira, não teria qualquer coisa que tivesse restado da refeição, como uma batata ou feijão. Logo a cena ao redor do frade se tornou um evento e outras comadres se apuraram em juntar cenoura e um naco de carne. Após pouco cozimento ficou pronta uma excelente sopa de pedra. Ao terminar a refeição o frade retirou a pedra lisa da panela, lavou-a e voltou a guardá-la no seu bornal...
... onde a analogia com a sopa de pedra tem a ver com a forma das interlocuções?
... NAS EMPRESAS
... onde, por solicitação de proposta comercial direcionadas à Gestão de Emergências, os gestores potencialmente contratantes, em vez de focar os benefícios e soluções a serem alcançados para os problemas apresentados, adotam a estratégia similar ao frade para cozinhar uma sopa de pedra. Ou seja, as curiosidades disfarçadas de contratação, em vez de serem direcionadas ao produto, focam a informação de conteúdos para aprender o como fazer ... , sem precisar comprar o conhecimento... para saber.
... INFORMAÇÃO VS CONHECIMENTO
... onde a gestão de emergências pode sim ser comparada à sopa de pedra, porém com ingredientes bem mais complexos do que a batata, cenoura, carne e um pouco de chouriço. A Gestão de Emergências é uma disciplina eclética e obtém ajuda das Ciências Sociais e Humanas...
... onde estão a Administração; Antropologia; Antropologia cultural; Antropologia física; Arqueologia; Artes; Ciência Política; Ciências Contábeis; Comunicação; Direito, Economia; Educação; Estatística; Filologia; Filosofia; Geografia humana; História; Letras; Linguística; Literatura; Marketing; Morfologia; Pedagogia; Relações Internacionais; Semântica; Sintaxe; Sociologia; Trabalho Social...
... onde os gestores de emergências sejam proprietários incontestes destes saberes, assim como o frade era o proprietário inconteste da pedra lisa e lavada...
... onde as ciências sociais formam a base de partida para a sopa de conhecimentos que alimenta as revisões sistemáticas dos conceitos e princípios, ficando no entanto, a depender dos ingredientes advindos dos contextos das áreas (frágeis e não-frágeis) para que os resultados alcancem objetivos sustentáveis, sob a ótica da economia e modos de subsistência locais...
... onde para se obter os benefícios da Gestão de Emergências, não basta a perspicácia para colher as informações alhures e acreditar que se valerá da habilidade canhestra, simplesmente porque não existe fórmula única para gerir emergências e tampouco existe um conteúdo singular para facilitar as coisas.







Comentários