A RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS

As organizações de iniciativa privada tradicionalmente mantêm programas voltados à Segurança & Saúde, Qualidade & Meio Ambiente, mas paradoxalmente não adotam os benefícios da Gestão de Emergências para lidar com o inusitado, talvez por desconhecimento.

O processo de preparar para resistir a impactos provocados por eventos de causas naturais ou antropogênicos tem como fundamento determinar os níveis de vulnerabilidades aos riscos já analisados e mensurados. Porém, eventos climáticos extremos e atos terroristas têm o potencial de surpreender com danos ainda não conhecidos ou mensurados. Para lidar com esses desafios que incluem magnitudes e extensão incógnitas, é essencial planejar para equacionar fatores de defesa além do que se pode definir como consuetudinário.

É essencial reiterar que “emergências”, devido a natureza enigmática que o termo suscita, precisam ser interpretadas para se estabelecer uma conduta assertiva de controle. Com esse conceito em mente é que as lideranças empresariais precisam conhecer os benefícios da Gestão de Emergências, ou seja aquele conjunto de saberes utilizados para lidar com ameaças porvir. A sugestao é oferecer aos colaboradores, em todos os níveis funcionais, programas de formação voltados a lidar com o inesperado – as “emergências”.

Para a empresa obter resultado satisfatório nas respostas, tanto decorrentes de falhas nas rotinas, como nos procedimentos para controlar ameaças com origens além dos limites da organização, chegando, às vezes a atingir toda a localidade, a recomendação é considerar que os trabalhadores não poderão atuar na defesa da companhia sem que, em primeiro lugar, tenham certeza de seus familiares estarem sendo atendidos.

Cumpre aos diretores e lideranças das organizações de iniciativa privada investigar e definir as características comuns dos efeitos de eventos desconhecidos que atingiram outras empresas operando na localidade, e então, planejar ações para equalizar os esforços.

DEFINIÇÃO EMPRESA RESILIENTE PODE SER:

“A organização que desenvolve alto nível de qualificação para operar ações cooperadas, em que o compartilhamento de responsabilidades a torna capaz de gerir um evento crítico, com capacidade de retornar ao estado original de equilíbrio, com custos projetados para subvencionar as ações baseadas em padrões de procedimentos definidos”. De forma errada, ou mau interpretada, as referências com uso do termo “resiliência” têm sido colocadas nos discursos oportunistas como se essa característica (resilir) possa ser alcançada e mantida como um chapéu para se proteger do sol. Não é.

“O objetivo da resiliência é atravessar a condição crítica e chegar do outro lado mais forte”.

AS CARACTERÍSTICAS A SEREM DEFINIDAS DEVEM INCLUIR PELO MENOS:

✓ Funcionar bem, mesmo quando sob o estresse;

✓ Ter capacidade para rapidamente adaptar aos desafios;

✓ Ter autoconfiança por ter compatibilizado a qualificação do pessoal;

✓ Ter capacidade para compartilhar recursos de resposta;

✓ Ter contribuído nas ações de mitigação: com os sistemas de integração social, com pequenos empreendimentos, associação de bairros, redes de parentesco, coesão multicultural, grupos de interesse mútuo e de ajuda mútua.

UMA EMPRESA RESILIENTE PODE SER AQUELA EM QUE:

➢ Os profissionais entendem os riscos a perigos de causas naturais ou antropogênicas.

➢ Os trabalhadores recebem informações abrangentes sobre o que está correndo, quem está produzindo o perigo e quem está exposto ou mais vulnerável aos riscos.

➢ As lideranças prepararam a empresa para responder a emergências e recuperar de desastres e ter flexibilidade para adaptar aos efeitos.

➢ Os funcionários têm competências para antecipar, estimar abrangência, proteger bens de produção e meios de subsistência, infraestrutura e ir além, chegando às suas casas, patrimônio cultural da localidade e capital econômico social, para minimizar as perdas.

➢ As pessoas no âmbito empresa-comunidade são capazes de se organizar antes, durante e após o impacto, ajudando a restaurar as atividades essenciais, produtivas, sociais, institucionais e econômicas.

➢ As pessoas trabalham em conjunto com suas lideranças, utilizando os conhecimentos e recursos para se prepararem e lidarem com impactos de diferentes naturezas.

➢ As pessoas empregam suas competências em favor da comunidade e utilizam suas redes

sociais para comunicar e proteger uns aos outros com verdadeiro sentido comunitário.

➢ Os indivíduos sabem o que fazer para proteger seus familiares em momentos críticos.

➢ As empresas trabalham em parceria com as agências governamentais, autoridades locais e outras organizações, antes, durante e após desastres. Esses relacionamentos interinstitucionais e interpessoais asseguram que as atividades alcancem o que se define corretamente como resiliência, embasadas no conhecimento local e no que efetivamente podem realizar com segurança, para complementar o trabalho das agências.

➢ O programa estratégico de gestão de emergências (PEGE) é fundamentado na projeção do nível de resiliência em um determinado tempo e custos conhecidos.

➢ As outras organizações privadas na localidade assumem como meta o nível de preparação a ser mantido para os serviços essenciais, com políticas voltadas à produção industrial, comércio e serviços, focando para recuperar de desastres.

➢ As organizações de iniciativa privada precisam desenvolver o Plano de Continuidade de Negócios interligados com o Plano de Segurança & Saúde e de Gestão de Emergências.

➢ O Plano Diretor da localidade prevê, para proteger a vida e a propriedade, monitorizar as atividades produtivas, e orienta a ocupação do solo com foco na redução de riscos que incluem enchentes e deslizamento de encostas, por exemplo.

➢ A seguir a um desastre, os serviços essenciais voltam a funcionar a tempo razoável.

➢ Os servidores públicos e a população conhecem os mecanismos e processos de recuperação para, logo no primeiro instante, solicitar assistência, receber apoio e empregar os insumos para atender os mais atingidos.

Definição de comunidade pode ser: "Um grupo social, religioso, ocupacional, ou outro que compartilha características ou interesses comuns, e seus membros percebem a si, distinguindo-se da sociedade na qual está inserida".

Comunidades podem ser de lugar ou de interesse.