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O AUTORRECONHECIMENTO

  • Foto do escritor: Randal Fonseca
    Randal Fonseca
  • 29 de out.
  • 8 min de leitura

Na Mitologia o autorreconhecimento era recorrente, e segue sendo na gestão de processos.


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O autorreconhecimento é a descoberta da própria identidade a partir do outro.


O autorreconhecimento permite lidar com os conflitos pessoais, ou seja, sobrepujar o desassossego das experiências frustradas, aquelas que nos desafia a afirmar quem somos.


QUEM, OU O QUE SOMOS

Seja qual for a forma filosófica da jornada que empreendemos, até mesmo seguindo os passos dos heróis, nessa saga cada um de nós alimenta a esperança de obter respostas para chegar à condição de “sossego”, sem aqueles medos das ameaças candentes de um mundo em que os desafios das sociedades complexas nos fazem repensar onde estamos.


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Pessoas colocam em perspectiva as oportunidades ao assumirem desafios para dominar inovações técnicas e tecnológicas que transformam as visões de mundo como nossos avós o conheciam: por exemplo o “Dia da Terra” após nosso planeta ter sido fotografado por trás da Lua. Essa visão fez nascer a percepção do “Meio Ambiente” e foi além com os paradigmas dominantes, como a informática e a comunicação robótica em nível planetário.


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ESCOLA, TRABALHO E ENSINO E AUTORRECONHECIMENTO

Embora no senso comum a escola é o local onde aprendemos a saber quem somos para depois trabalhar, é no trabalho que alcançamos o autorreconhecimento. Essa é a trajetória do jovem no curto estágio que faz até ser adulto. Mas, segue como aprendiz do seu autorreconhecimento acima das demais competências trazidas pelos contextos.


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O autorreconhecimento é extraído das entrelinhas, por meio da percepção subjetiva. Isso possibilita fazer interpretações, tirar conclusões e questionar o contexto onde estamos.


A GESTÃO DO CONHECIMENTO CONTEXTUAL

Aqueles que viveram as últimas cinco décadas tiveram a oportunidade testemunhar a Guerra do Vietnam, as viagens do Homem à Lua, drones enviados à Marte e probos para além do sistema solar, e com isso, foi possível perceber que é na “gestão” do conhecimento que ocorrem as inovações. É com a gestão que se aplicam princípios.


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O CONTEXTO DO MUNDO PÓS-GUERRA

Durante a Segunda Guerra, os métodos de gestão que os norte-americanos empregaram foram aperfeiçoados no pós-guerra e serviram como modelos racionais de organização e controle para dar a interpretação abrangente e a compreensão aprofundada das técnicas e tecnologias, com vista a avançar e fazer adaptações sempre preservando a informação.


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O CONTEXTO DO IDIOMA

Na imensa maioria “as coisas” são descritas em inglês, com isso, para os não falantes desse idioma, a barreira linguística é um desafio, pois em vários sentidos isso faz toda a diferença.


O DONO DAS IDEIAS

O autorreconhecimento é um processo dialético na filosofia de G. W. F. Hegel, especialmente em sua obra Fenomenologia do Espírito. Ela descreve o processo em que se chega ao autorreconhecimento pela metáfora do senhor e do escravo.


O paradigma do senhor e escravo nos ajuda a ilustrar a dinâmica do autorreconhecimento:


O indivíduo reconhece sua existência, mas precisa do outro para ter certeza de sua identidade. Ao ter uma ideia, ao criar ou ao inovar um processo, a pessoa acredita que é livre para publicar, mas essa liberdade depende do Senhor para que seja publicada.


O FLAGELO DA SERVIDÃO

A cultura do trabalho compulsório que vicejou por 342 anos no país, deixou sequelas que podem ser percebidas pelo nível de vigilância sobre a população trabalhadora. Esses cuidadores das rebeldias produtivas independentes permanecem atentos e prontos para coibir inovações e criatividades de forma que não ameacem a calcinada prática da dominação ou que de alguma forma exponha a incompetência dos donos das mesmices.


IDEIAS E INOVAÇÃO

Sabemos que os processos de produção, comércio e serviços sofreram mudanças ao longo do tempo, mas saber isso não basta, é preciso refletir e entender como as novidades permitem desdobramentos a partir da criatividade que leva a diferentes visões de mundo e de modelos que podem ser desenvolvidos e aplicados, mas cuidado ... isso é controlado.


Alertas e vigilantes esses “guardiões” do aparato mental e atitudinal podem assumir feições graves e cobrar preços altos àqueles que ousarem promover mudanças na servidão.


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Trazer novidades, soluções, inovar ou apenas interpretar sob outro ponto de vista, sem autorização dos "senhores" pode ser uma ousadia imperdoável. De duas uma: ou proíbem ou se apropriam não só do produto, mas do direito de ser o dono da ideia que alguém teve.


A DIALÉTICA DE HEGEL

Para o filósofo, o autorreconhecimento vai além da relação entre dois indivíduos. Esse conceito permite entender que há aqueles que criam e os que se apropriam da criação.


Os apropriadores de ideias dependem de quem as tem e, portanto, o reconhecimento deles não é genuíno. Mas, os idealistas, criadores e protagonistas das inovações têm a autoconsciência de seu próprio valor. Então, se perceberem haver a interdependência em que os envolvidos aceitam a condição, cada um supera a sua submissão.


No processo da gestão, essa dialética causa dissabores, pois nela persiste o flagelo colonial da relação de dependência entre o senhor e o escravo.


REFLEXÕES SOBRE A GESTÃO

Foi há pelo menos 10.000 anos que o homem domesticou e adotou os animais de tração. O emprego da energia animal no transporte permaneceu como o mais rápido até o advento da locomotiva a vapor no século 19. A partir daí a gestão dos sistemas de transporte em pouco mais de 100 anos inovou tudo. Mas é preciso saber quem teve acesso a essa gestão.


Quando as primeiras máquinas de processamento de dados chegaram ao Brasil, não só espantaram, mas causaram medo entre os donos do saber tradicional. Então a "Lei da Informática" de 1985 estabeleceu a Reserva de Mercado, proibindo o acesso estrangeiro.

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Os chamados “cérebros eletrônicos”, causavam angústia nos donos da gestão que acreditavam serem os computadores mostrengos que logo os deixariam sem emprego.


A LONGA ONDA DA INOVAÇÃO 

Ao lembrarmos que os cavalos foram substituídos pelos trens e os trens por caminhões, carros e aviões, podemos perceber que, como consequência, isso refletiu no desmantelamento das estações ferroviárias, indo a favor dos postos de combustíveis, aeroportos e os trilhos foram retirados e as estradas de terra batida foram pavimentadas.


Surgiram as viagens aéreas de longo curso que modificaram os estilos de turismo que antes só era feito através dos oceanos, dando início a valorização do olhar: do “aí-que-lindo”.

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VOLTE NO TEMPO

Agora pense nas oportunidades de enxergar além do visível, reflita sobre as ideias nas mentes, aquelas que não puderam ser realizadas por decisões que impedem o livre pensar.


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AS ONDAS DAS MUTAÇÕES

Algumas pessoas fora da sanha das dominações senhoriais, conseguem enxergar processos criativos e inovações, por isso elas são definidas como visionárias e fora de seu tempo.

Qual tempo?

O tempo em que seja possível um pioneiro fazer a gestão da coisa. O pioneirismo não reside apenas em “inventar” alguma coisa, mas principalmente em propor os métodos e vencer as resistências ao novo. É o tempo para gerir aquilo que, às vezes, nem mesmo o inventor pensou a respeito. 


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Tudo a seu tempo.


A RECORRÊNCIA DO TEMA

Enquanto elemento de poética, a anagnórises alcança a atualidade se manifestando nas diferentes expressões da cultura, o termo “reconhecimento” se torna de uso corrente no universo jurídico, por exemplo no “reconhecimento de uma prova”, no “reconhecimento de um cadáver” ou no “reconhecimento da paternidade”.


Mas criteriosamente a poesia grega concentra o foco na perspectiva aristotélica que restringe o reconhecimento à identificação entre indivíduos. Conforme Duarte, “há que se excluir os casos em que um personagem reconhece um erro ou uma verdade.


Édipo, ao reconhecer que Jocasta é sua mãe, toma consciência de quem de fato é”.


O PERIGO DO QUERER E DO SABER

Com educação é possível alcançar a autonomia, mas sem educação o futuro fica pavimentado pelas políticas assistencialistas que impulsionam os idiotizados. 

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O DILEMA DA GESTÃO DE EMERGÊNCIAS

Há uma constrição histórica ou é apenas uma tradição de dificultar ou até mesmo de impedir que a iniciativa privada e comunidades se aprofundem na Gestão de Emergências.


É lícito reiterar que em vez de divulgar os benefícios da Gestão de Emergências, há uma inação ou paralisia administrativa típica dos contumazes detratores das novidades.


Chama atenção o desinteresse proposital aos objetivos dessa disciplina da Sociologia que abrange o desenvolvimento, a implementação, avaliação e manutenção de métodos autônomos para lidar com eventos socialmente perturbadores. É o senhor e o escravo.


A SOLUÇÃO DA GESTÃO DE EMERGÊNCIAS

A partir de diretrizes lúdicas, essa prática gerencial inovadora possibilita aos gestores desenvolverem planos eficazes de resposta a ameaças e de continuidade de negócios. Os métodos facultam integrar esforços comunitários dando assim autonomia à população.


Autoridades públicas e líderes da iniciativa privada fazem “vista grossa” aos dispositivos da NFPA 1600, e a negligenciam porque os benefícios contradizem interesses algures.


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A NFPA 1600 foi publicada e consolidada como uma norma abrangente que inclui o conteúdo de outros documentos relacionados. Como norma, a NFPA 1600 não é um requisito legal, mas é uma obrigatoriedade para as lideranças públicas e privadas estarem em consonância com os preceitos democráticos. A norma NFPA 1600 dá à iniciativa privada, atores comunitários e famílias os benefícios dos dispositivos para a gestão de emergências.


O padrão da NFPA 1600 estabelece de forma simples o que pode ser feito, e não sobre como fazê-lo, permitindo que cada organização, grupos sociais e famílias adaptem as ações de defesa a impactos de acordo com suas capacidades, contextos e objetivos.


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Por seis décadas os cientistas sociais têm dedicado atenção a métodos educacionais que aumentassem o conhecimento das famílias para que contribuíssem na redução de danos.


Segundo a OCDE, no último século, devido a intervenções humanas na natureza, grupos estratificados se tornaram mais vulneráveis ​​a impactos de diferentes tipos e magnitudes.


Os custos para a recuperação dessas populações atingidas por desastres são socializados. Ou seja, o sofrimento é pontual, mas a conta é compartilhada por todos.  


Neste sentido, a solução ideal são os programas educativos alinhados aos contextos.

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Em síntese, a gestão de emergências consiste em uma complexa rede de relacionamentos com vista a organizar os recursos e coordenar os setores públicos, privados e das ONGs.


Sabemos que a “natureza do risco” se interpõem entre um perigo e as condições de vulnerabilidade dos contextos. Portanto, a etapa da mitigação, na prática, é ao mesmo tempo reduzir a exposição aos perigos e coordenar esforços para controlar os riscos.


A educação pública para desastres é a base inovadora da Gestão de Emergências.


O efeito positivo se dá com a conscientização que produz mudanças nas atitudes das pessoas e promove o uso racional da terra, contribuindo para elevar o nível da compreensão sobre os tipos de ameaças socioeconômicas que atingem a todos.


APRENDIZADO COM EXPERIÊNCIAS

Uma das lições da COVID-19 é que eventos indesejáveis podem atingir a todos.

Vazamentos radiológicos e derrames de produtos químicos podem atingir a todos.


A ONU define como desastre um evento que atinja gravemente o funcionamento de uma comunidade ou sociedade e que, por falta de meios, não tenha como recuperar sem ajuda de recursos externos, advindos de tributos pagos por todos. Então o problema é de todos


Esse paradigma enseja a necessidade de integrar esforços cooperados na Recuperação, o que requer competências dos abrangidos, pois para obter recursos em curto prazo e de forma consistente as lideranças precisam ter formação, como a oferecida on-line pelo JGE.

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O Jornal da Gestão de Emergências (JGE) é uma publicação que resulta de grande diversidade de estudos no âmbito da Ciência das Emergências, um ramo da Sociologia.


Por décadas, pesquisas e estudos neste domínio do saber foram associados a experiências obtidas ao redor do mundo pela OCDE, e agora, por meio do JGE contribuem para embasar as argumentações e coadjuvar a forma de pensar sobre gestão de emergências.


A gestão da Preparação Doméstica para Emergências e Educação Pública para Desastres.

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