NÓS SALVAMOS VIDAS
- Randal Fonseca 
- há 10 horas
- 5 min de leitura
Salvar vidas é o que faz o JGE ao disponibilizar os benefícios da gestão de emergências para os estados frágeis onde a educação pública para desastres é a melhor estratégia.

Como disciplina inovadora das ciências sociais os saberes da Gestão de Emergências têm sido ignorados pelos “senhores” das decisões tecnocratas eivadas de pragmatismo.
A gestão de emergências considera que cada grupo social pode avaliar o contexto e desenvolver as próprias habilidades de intervenção. Neste âmbito, as autoridades governamentais podem e mesmo devem contar com apoio de agências internacionais.

EROSÃO DA AUTORIDADE LEGÍTIMA
A autoridade de governos para tomar decisões coletivas é questionada ou enfraquecida e, há incapacidade de fornecer serviços públicos básicos de qualidade, como segurança, saúde, educação e infraestruturas, gerando pressões sociais, como ocorre na Venezuela.

Estados frágeis não têm capacidade de satisfazer necessidades essenciais dos cidadãos e gerir mudanças sociais que incluem a educação pública para desastres como solução para controlar instabilidades, conflitos e, em casos extremos, o colapso da paz nas comunidades.
A fragilidade do Estado fica caracterizada pela dificuldade em prover segurança e serviços públicos de qualidade, produzindo desequilíbrio entre o Estado, sociedade e comunidades.

De forma geral, a intervenção internacional pode ser uma solução para interromper os conflitos político-sociais em estados frágeis, e auxiliar encontrar um caminho livre de armadilhas para o desenvolvimento e fortalecimento das instituições nacionais.
Os defensores da ajuda internacional incentivam os atores dos estados frágeis a aceitarem o apoio para aumentar a segurança regional e restaurar a estabilidade e a democracia.

Os acordos que autorizam a intervenção internacional dão sustentação ao desenvolvimento no qual os custos da manutenção da paz e da estruturação estatal seriam cada vez mais suportados pelo Estado que se posicione de forma séria nas ações de auxílio a estruturação.
Já, outro tipo de opinião tem sido a recuperação autônoma dos estados frágeis sem auxílio internacional, que acreditam ter meios para recuperar da fragilidade que gera os conflitos, sem precisar da intervenção de terceiros, pois alegam ter condições eficazes. Mas, não têm.
Os defensores da recuperação autônoma argumentam que a assistência internacional e o apoio externo comprometem a natureza autossustentável do pacto entre governantes.

É com argumentos nada convincentes que as lideranças empresariais e autoridades governamentais fingem entender a Gestão de Emergências é uma referência a bombeiros e SAMU, com retoques das polícias e guarnições da Segurança Privada. Mas não é nada disso
Estados nacionais como Uganda, Eritreia e Somália alcançaram sucesso na redução da violência e uma paz duradoura que possibilitou o desenvolvimento político e econômico.

Segundo os processos da gestão de emergências, o processo tem início com a Educação Pública para Desastres, reiterando que o primeiro passo é formar em nível acadêmico atores não estatais autônomos para que assumam atribuições nos contextos frágeis.
O processo tem início ao incluir a Educação Pública para desastres, segundo os processos da gestão de emergências, e reiterando que o primeiro passo é formar em nível acadêmico atores não estatais autônomos para que assumam atribuições em estados frágeis.
ATORES NÃO ESTATAIS AUTÔNOMOS
Em estados frágeis a recuperação da paz social depende da integração de atores não estatais, como chefes comunitários, líderes políticos e religiosos para atender aspectos da segurança. Há, portanto, necessidade de a população, principalmente da mídia, se envolverem com esses atores não estatais para reformar os serviços de justiça e segurança.

Segundo as mais recentes comprovações de eficácia para alcançar metas de sustentabilidade, os estados frágeis precisam, e na verdade devem adotar a Gestão de Emergências, pois a principal estratégia para a paz social é a educação pública para engajar nas decisões e ações.
AS QUATRO REGRAS DE ENGAJAMENTO INCLUEM:
1. Aceitar atores não-estatais não implica em riscos diferentes dos muitos atores estatais;
2. O apoio não-estatal eficaz é obtido com as provisões da gestão de emergências;
3. O apoio não-estatal só engaja quando forem adotadas diretrizes que agregam valor;
4. A gestão de emergências dá suporte não-estatal a iniciativa privada em áreas frágeis.
IMPACTO POSITIVO
Pesquisadores encontraram evidências sobre o impacto positivo do setor privado nas relações com a sociedade. Entenderam que as relações internacionais preenchem expectativas públicas nos estados frágeis. Esses estudiosos entenderam que as dúvidas resultavam da falta de dados empíricos coletados a partir de entrevistas e pesquisas públicas nos contextos frágeis.

A interligação nas relações com a sociedade e comunidades continua sendo uma área de exploração e deve receber maior atenção nos círculos acadêmicos e no setor privado.
IMPACTO NEGATIVO
Pesquisadores encontraram evidências sobre o impacto negativo quando nos estados frágeis o setor privado não é integrado nos processos, dando hipótese de essa ausência contribuir com a atividade terrorista.
Os dados demonstram a conexão entre um Estado Frágil e a violência e, a constatação, é que um Estado Estável com força evita a guerra de "todos contra todos".

É tácito que a pobreza não transforma pessoas pobres em terroristas e assassinos, mas a ligação entre estados frágeis e terrorismo tem sido objeto de estudos, uma vez que a pobreza, as instituições fracas e a corrupção podem tornar os estados frágeis em vulneráveis a “redes terroristas e cartéis de drogas dentro de suas fronteiras".
O historiador Walter Laqueur observou que a maioria dos estados pobres e frágeis tinham atividades terroristas e eram vulneráveis a crises de saúde pública pelo uso de drogas.
Uma ideia popular em relação às causas por trás da fragilidade do Estado é o conceito de Boa e de Má Governança. A teoria é que um Estado precisa de instituições fortes para alcançar e manter a estabilidade, sendo a fragilidade uma consequência da má governança.

Um sinônimo ou uma analogia com a “má governança” pode ser obtido da herança colonial em que as decisões partem sempre dos senhores em detrimento dos vulneráveis.
Para saber mais sobre os vulneráveis acesse o artigo JGE: O AUTORRECONHECIMENTO
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Há um consenso nos campos da Redução de Risco a Eventos Socialmente Perturbadores de que ao se reduzir as vulnerabilidades aumenta a resiliência a impactos e contribui para o desenvolvimento sustentável. Acesse: SUSTENTÁVEL E SUSTENTABILIDADE.
É importante esclarecer de antemão que "risco" significa: "perda potencial de vidas, ferimentos, ativos destruídos ou danificados dentro de um sistema, sociedade ou comunidade. Essas ameaças devem ocorrer em um período específico, determinado pela exposição crônica à vulnerabilidade, que fica caracterizada por injustiça e preconceito.
Essa condição é determinada por fatores ou processos físicos, sociais, econômicos e ambientais, que aumentam a suscetibilidade a desastre, que é o custo das falhas .

A injustiça e a desigualdade produzem marginalização, o que obriga grupos estratificados a residirem em encosta de morros e áreas sujeitas a impactos como de espraiamento dos rios.
Dadas as relações entre vulnerabilidade, risco e perigos, enquadrar a educação para desastres apenas nos contextos de ameaças e recuperação de danos não é mais viável.
Vários locais-alvo da educação para desastres eram vulneráveis e foram impactadas.
CONCEITUAÇÃO TEMPORAL
A conceito de temporalidade apresenta uma limitação do ponto de vista do ciclo de gestão de emergências. Um projeto de pesquisa de Bangladesh ilustra que a Educação para Desastres envolve todo o ciclo de gestão de emergências.

Bangladesh sofre ciclones, inundações e outros riscos naturais, e esses eventos climáticos impactam áreas densamente povoada, causando severos danos a escolas e logradouros.
O DESAFIO DA CONTINUIDADE
O projeto destinado a continuidade da escolaridade abordou o desafio que o país vinha enfrentando nas etapas de resposta e recuperação de desastres. As partes interessadas da escola trabalharam juntas criando planos de ação em emergência, implementando atividades de preparação e designando espaços escolares alternativos.
As medidas de mitigação permitiram reabrir as escolas participantes logo após os impactos.

O sucesso da experiência justificou continuar a revisar anualmente as medidas. O caso evidenciou que o planejamento precisa ser cíclico ao qualificar as partes interessadas.
A conceituação temporal, descreve a Educação para Desastres como ação provisória. Em outros termos o processo de temporalidade é parte inseparável da gestão de emergências.





Comentários