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RAZÃO NA CATÁSTROFE SOCIOAMBIENTAL

  • Foto do escritor: Randal Fonseca
    Randal Fonseca
  • 5 de jul. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 31 de ago. de 2023

É com a percepção (razão) que se identificam utilidades nos elementos da natureza, e é com gosto (sentimento) que se adiciona criatividade à natureza. O individuo encontra na razão soluções para suas necessidades e no gosto o sentimento da sua criatividade relacionada às utilidades. É importante diferenciar a razão pelo propósito de utilizar os elementos naturais, do gosto (sentimento) pelo propósito de moldar os elementos naturais.

Em resumo, a razão permite descobrir a natureza e o gosto em recriar a natureza de forma equilibrada por vontade de quem o utiliza, seja ou não o proprietário.


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A razão está relacionada ao benefício, como ao fazer o martelo de pedra, enquanto o gosto está relacionado ao sentimento, como ao polir a pedra do martelo ou pintar-lhe o cabo. O uso poderá servir tanto à virtude como ao vício – uma dualidade que resulta do sentimento da criação.


A moral, por seu lado, resulta de um código social relacionado às paixões, volições e ações humanas. A moralidade é determinada pelos gostos e não pela razão. A moral está inserida nas criações que determinam se as ações de moldar a natureza são em prol das demais pessoas (benevolência) ou unicamente para si (egoísmo/vício). Tanto sendo pela benevolência como pelo egoísmo não haverá exclusão nem de um e nem de outro, mas sempre um concorrendo com o outro.


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A moral se dá por meio da Educação em cada grupo social que estabelece os aspectos do que reconhece como virtudes e vícios repassa seus valores, obviamente sujeitos a eventuais mudanças ao longo das gerações.


É por causa desta disputa que se torna necessário encontrar um critério para garantir um equilíbrio, visando uma coexistência pacífica. Esse critério de equilíbrio parte da interpretação de ser a ação de utilidade pública ou privada. Em face da miríade de interesses (do público e do privado) inicia-se um processo de gestão do equilíbrio, entre o egoísmo e o altruísmo. Para esse equilíbrio ser mantido, considerando as inúmeras interferências nos processos, torna-se necessário saber onde está o interesse público para que não coíba o privado, e vice-versa.


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Por exemplo, identificar a pedra para produzir um martelo de grandes proporções tem início na iniciativa privada, mas ao se tornar também de utilidade geral, surge a necessidade de fundar o Estado, com a função de gerir o equilíbrio, legitimando a segurança de todos.







Agora, se o Estado não conseguir garantir a segurança pública será considerado injusto. Quando a justiça é separada do sentido original do Estado, dá origem a uma “virtude construída” em que é preciso instituir um sistema de normas sociais e operacionais. Portanto a justiça se orienta pelo valor da utilidade, ou seja, àquilo que cada indivíduo e comunidade podem legalmente usar em equilíbrio.



A UTILIDADE É UM VALOR-MEIO E NÃO UM VALOR-FIM


Há que se reiterar que as coisas não são úteis em si mesmas, mas como instrumentos de realização de um interesse e têm um valor que pode ser apreciado em dinheiro. Não é por outra razão que o dinheiro é a mola propulsora da atividade econômica de uma sociedade, e, é nesse ponto em que a economia se separa da política para ser uma ciência autônoma.


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O meio ambiente tem valor econômico atribuído e estimado em dinheiro, não somente o material, mas também o visual. O uso racional (razão) dos recursos naturais em toda a sua magnitude está consignado ao equilíbrio entre o interesse público (benevolência) e o interesse privado (egoísta). Essa proporcionalidade harmônica precisa ser mais bem compreendida, a partir da interpretação dos benefícios que racionalmente precisam resultar das taxas, impostos e royalties, quando esses valores monetários são bem administrados pelo poder público, em favor do público e não somente do privado, e menos ainda em detrimento do privado. Pode parecer complexo e pode ainda ficar muito complicado gerir esse equilíbrio quando não se consegue distinguir onde está a separação do que é público daquilo que é privado. É nesse sentido que está a dor das comunidades, da população, daqueles muitos que são atingidos pelas ações de poucos e inações do Estado (indolente).



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É complexo gerir o equilíbrio dos eventos sob as responsabilidades público privado. É nesse âmbito que são produzidas as catástrofes socioambientais, uma vez que muitos são atingidos pelas decisões de poucos, e pelas inações crônicas do Estado.

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