A TRADIÇÃO INOPORTUNA
- Randal Fonseca
- 28 de ago. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de set. de 2023
Embora existam os meios para mitigar, preparar e responder a eventos indesejáveis de quaisquer magnitudes e recuperar dos impactos a tempo e com custos estimados bastante precisos, os gestores tradicionais de Segurança e Saúde, sem acesso a formação específica de Gestão de Emergências, continuam de forma extemporânea a utilizar os antigos e inócuos planos de ação concebidos no início do século 20. Acontece que já estamos no século 21 e esses arranjos tradicionais já não se coadunam com os atuais desafios, tanto de cauas naturais como antropogênicos. É importante que os gestores públicos e privados se atualizem e saibam como estabelecer um aparato de ordenações e diretrizes alinhadas às provisões de planos estratégicos de gestão de emergências para sair da retórica punitiva que, de forma contumaz, atinge com pontaria certeira e exclusivamente os diretores das empresas, pois são raríssimos de se ver a atingir as autoridades governamentais, eleitas ou indicadas.

Independentemente da extensão territorial que atinja, seja uma boate ou uma bacia hídrica, ou uma floresta, neste século, esses eventos socialmente perturbadores são divulgados com velociade espantosa tanto pela mídia convencional como pelas redes sociais, causando estragos que vão muito além do que é visível, ao atingirem reputações, corações e mentes em proporções difíceis de mensurar. Um erro clássico de interpretação das comunicações é confundir emergência como um evento apendicular à Segurança empresarial, o outro equívoco é tentar encobrir o impacto ou mentir. Há que se ter em mente que incidentes não ocorrem apenas por falha das ações que se propõem em prevenir falhas. Há que se ter uma compreensao mais abrangente ao se referir a “falha de prevenção”, pois o sentido é de se examinar o contexto e ampliar a compreensão sobre a essencialidade das ações estratégicas de planejamento que tratam de “prevenir falhas” como se isso fosse o suficiente para efetivamente evitar assombros. Não é. Os dirigentes das empresas e os líderes políticos de todos os setores governamentais precisam entender que há uma nova ciência a examinar esses fenômenos e a exigir um maior rigor interpretativo dos termos adotados para expressar os eventos. Talvez por comodismo ou por presunção canhestra, a administração pública e privada não enxerga que a gestão de emergências ingressou como um conjunto de saberes relacionados diretamente com a Sociologia e não apenas como competências da Engenharia e Medicina. A gestão de emergências embora já esteja sendo adotada como uma essencialidade ainda é uma função mal difundida e não-compreendida. O Gestor de Emergências no século 21 é um profissional imprescindível às administrações, tanto públicas como privadas, e precisa ser formado no âmbito técnico e superior para cuidar de rotinas específicas da gestão, tato no dia a dia como como durante as emergências e desastres.
Enquanto esta função não for preenchida, serão os dirigentes empresariais e as altas lideranças políticas-governamentais que assumirão as responsabilidades e que terão de responder inoportunamente sobre algo que não percebem nada, e desconhecem tudo.
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