SOBRE A HERÁLDICA
- Randal Fonseca
- 28 de set. de 2024
- 6 min de leitura
Atualizado: 30 de set. de 2024
A simbologia dos heróis de todos os tempos.
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Heráldica ou armaria é um sistema de identificação visual e símbolos baseado nos brasões de armas ou escudos criados na Europa no século XII. O termo “heráldica” designa tanto a arte de elaborar os brasões como a ciência que estuda suas regras, formas, tradições, simbolismos e significados históricos, políticos, culturais e sociais.
As origens da heráldica são incertas, mas provavelmente derivou de sistemas de identificação visual cultivados desde a Antiguidade Clássica. Segundo a tradição, os brasões surgiram para distinguir os participantes das batalhas e dos torneios, mas também serviu para registrar visualmente os serviços prestados por belatores simbolizados pelos seus escudos.
A função identificadora dos escudos tem sido mantida ao longo da história.
Embora a palavra escudo seja comumente utilizada para se referir ao brasão de armas no seu todo, na realidade é apenas um dos seus elementos, e muitas vezes é o único componente existente ou conhecido.
A composição tradicional de um brasão segue uma série de regras, mais ou menos restritas.
As diretrizes para desenvolver um brasão utiliza a linguagem do “brasonamento”.
O escudo no brasão pode ser acompanhado por outros elementos, como suportes, coronéis, listéis com motes (ou lemas). No cerne do escudo são gravadas figuras, objetos ou sinais, que configuram um conjunto identificador, às vezes num campo (fundo) indiviso, às vezes subdividido de variadas maneiras. (“About: Heraldry - DBpedia Association”).
BREVE HISTÓRICO
Nos primeiros séculos da Idade Média a heráldica, com a adoção de escudos era livre e, de modo geral, qualquer pessoa podia criar um brasão para uso pessoal ou familiar.
Na baixa Idade Média, entre os séculos XIII e XIV, os brasões se multiplicaram em todos os estratos sociais. Além de identificarem as corporações de ofícios, Estados, cidades, comunidades leigas e religiosas, irmandades, associações, partidos políticos e outras entidades formais ou informais, a heráldica se tornou numa linguagem visual e apreciada por todos.
A partir do século XV as monarquias tentaram regulamentar o uso de brasões por meio de legislações, objetivando restringir essa forma de comunicação à nobreza, aos patriciados, ao alto clero, às autarquias civis e instituições ilustres.
Essas restrições não tiveram efeito para todas as nações europeias e algumas a utilizaram para políticos e militares de baixa patente.
O uso indiscriminado dos brasões confundiu seu significado original.
Depois de um período de descrédito, já no início do século XX, outros tipos de governos, como os presidencialistas, semipresidencialistas e parlamentaristas, recuperaram o significado da heráldica e, ao mesmo tempo, implantaram uma flexibilização em seus princípios, como se deu com o uso generalizado na União Soviética.
A valorização política ainda é criticada pelas tradições que atribuem o valor da heráldica a bravura e a coragem de uma pessoa ou um conjunto social que se diferencia dos demais.
A heráldica não é uma prática da aristocracia e nem das ideologias, mas da meritocracia.
A heráldica tem sido estudada como uma ciência auxiliar da História e outros campos do saber, oferecendo informações valiosas para a reconstituição de usos e costumes sociais, das genealogias e cronologias, e para o conhecimento dos significados e práticas vinculados à iconografia, à simbologia e às artes visuais que enaltecem a aptidão, a competência, a excelência, o talento e virtudes dos protetores, com valores que incluem a cortesia, a lealdade, a generosidade e perseverança nos serviços que assumem em defesa da sociedade.
SOBRE OS SÍMBOLOS E SEUS SIGNIFICADOS
Um símbolo per se é o significado sem necessitar de um significante.
VEJAMOS
O significante é entendido como a imagem acústica de um vernáculo, ou seja, representação sonora de uma palavra.
O significado é o conceito que se tem da palavra, ou seja, a realidade que o termo representa. (Ferdinand Saussure pai da linguística moderna).
Os significantes dos signos linguísticos são chamados de “significantes sonoros”. (“Teoria dos signos. In: ___ (org.) et al. Introdução à ... - Docsity”).
Significante sonoro é o elemento audível, perceptível, imaterial do signo.
Significantes visuais estabelecem a relação no espaço, em desenhos e pinturas.
Significado é o conceito: é o ente abstrato do signo.
Significante e significado formam um signo que ao se unirem a outros signos compõem um sistema e, portanto, valorizam a relação entre si.
Signo linguístico é a relação entre um significante e um significado. (UFMG )
Os signos linguísticos são arbitrários por não haver uma relação de proximidade ou de semelhança entre as palavras e as coisas as quais se referem. Essa arbitrariedade fica evidente nas línguas, já que se referem às mesmas coisas de formas diferentes.
SEMIÓTICA E SEMIOLOGIA
A semiótica é a ciência dos signos, que inclui o estudo dos signos da natureza não humana.
A semiótica é o estudo da construção de significado, o estudo do processo de signo (semiose) e do significado de comunicação. A semiótica não deve ser confundida com a tradição saussuriana denominada semiologia, que é um subconjunto da semiótica.
A semiologia é uma ciência humana que vai além da linguística, estudando fenômenos da translinguagem (textuais) e códigos culturais que são definidos como “semióticas”.
A semiótica inclui o estudo de sinais e processos de signos, indicação, designação, semelhança, analogia, alegoria, metonímia, metáfora, significação e comunicação.
A tradição semiótica estuda os signos e símbolos como parte das comunicações.
Os semiólogos são essenciais no âmbito da antropologia, filosofia e sociologia. Isso é diferente da linguística, no entanto, a semiótica também estuda sistemas de signos não linguísticos.
Alguns semiólogos priorizam as dimensões lógicas das ciências da vida, a exemplo das formas como os organismos fazem previsões e se adaptam a seu nicho semiótico no mundo: a semiose.
O termo Semiose foi introduzido por Charles Sanders Peirce para designar o processo de significação, ou seja, os significados dentro da ciência dos signos (Semiologia; Semiótica).
Em geral, as teorias semióticas estudam os signos ou sistemas de signos, enquanto a comunicação da informação nos organismos vivos é coberta pela Biossemiótica.
A designação biossemiótica foi utilizada pela primeira vez por F.S. Rothschild, em 1962, mas Thomas Sebeok tem trabalhado para popularizar o termo e o campo de estudo.
Semion (do grego) significa o "signo, o sinal", que é um campo crescente que investiga a produção e interpretação dos sinais do reino biológico. Essa designação constitui em uma tentativa de integrar as descobertas científicas da biologia e da semiótica, para formar uma nova visão da vida e do significado indissociável dos elementos do mundo natural.
INTRODUÇÃO À TEORIA
Peirce e Saussure estavam interessados em linguística, a ciência que examina a estrutura e o processo da linguagem. Eles reconhecem que a linguagem é diferente ou mais abrangente que a fala, e então conceberam a ideia de semioses para relacionar a linguagem com outros sistemas de signos, sejam ou não da natureza humana.
Embora ainda não exista um acordo formal, há uma corrente de pensadores que considera a linguagem como protótipo da semiótica e que seu estudo iluminaria princípios aplicáveis a outros sistemas de signos.
Mas, há outra corrente que defende a existência de um sistema metasigno, em que a linguagem é simplesmente um dos vários códigos para significação comunicante, citando como exemplo os meios pelos quais as crianças aprendem sobre seu ambiente e interpretam a comunicação com seus pais antes de dominarem uma linguagem.
Qualquer ponto de vista, dará definição para semiose que pode ser “uma ação ou influência” pelas relações entre signos interpretados por alguma audiência.
O núcleo de significação da linguagem é o signo, composto por significante e significado.
A IMAGEM ACÚSTICA
O significante classifica a imagem acústica apenas como o som.
O significado é um componente do signo, como conceito no âmbito da memória.
A relação é entre significante (som) e significado, que é algo imaterial.
Quando alguém ouve uma palavra em uma língua estrangeira que não domina, a pessoa capta o significante, ou seja, o som, mas, por não conhecer a língua, não consegue apreender o significado, o conteúdo do que foi dito. (“Saussure”).
A LINGUAGEM NÃO É FEITA DE PALAVRAS SOLTAS.
Para se formular uma frase, é necessário que o emissor selecione e agrupe as palavras de forma a fazer sentido para que as recebe, assim:
O sintagma é a forma que o falante combina elementos simbólicos para se comunicar.
O paradigma é a reserva simbólica que está na memória coletiva e individual.
Na consagração do batismo, o sintagma é “a graça da santificação interior e que nos torna o sacerdote a serviço da alma, segundo a ordem de Melquisedeque." (Hebreus 6:19-20).
A lógica deôntica (verificar) os exemplos dados através da linguagem simplificada. É um tipo modal para analisar as normas ou proposições que tratam acerca das próprias normas.
A NEOMILITAR
Considera que os contextos sociais variam em função dos ambientes, economia, níveis de educação, interações étnicas e principalmente em relação as linguagens.
Por isso, as organizações de Segurança Privada utilizam várias formas de códigos, por exemplo, com sirenes, luzes, cores, gestos, e fardamento que transmitem informações sobre as circunstâncias que podem incluir riscos permanentes ou apenas naquele momento.
Automação e telecomunicações trazem um novo sentido à segurança privada.
Agentes não podem deixar dúvida na forma verbal, não-verbal ou gestual de comunicar.
O objetivo é cumprir a missão, empegando equipamentos e fatores exclusivos de comunicação que auxiliam a executar as ações de forma consistente e eficaz.
Atualmente, as tecnologias e materiais empregados na simbologia melhoram a imagem transcendente dos heróis de todos os tempos.
A HERÁLIDICA NA DISTINÇÃO DOS AGENTES DA SEGURANÇA PRIVADA
A NEOMILITAR promove os símbolos que desde o século XII identificam o valor e a hierarquia dos heróis de todos os tempos.
O ensino JGE qualifica os heróis para tomarem decisões críticas a qualquer tempo e local.
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