PREVISÃO OU PROJEÇÃO
- Randal Fonseca
- 4 de dez. de 2023
- 2 min de leitura

Muitas previsões de eventos climáticos já se concretizaram, deixando para trás a fase das apreenções pré-impacto para chegar à realidade em que se vê a desesperança pós-impacto. (Foto cortesia CARE: Derna, Líbia, 2023)
CONTEXTOS EM QUE VIVEMOS
Ao examinarmos os eventos indesejáveis sob o prisma do que é real e efetivo, podemos afirmar que as previsões não são premonições, mas verdades que resultam das investigações e aprendizados no âmbito da Gestão de Emergências. O conjunto de saberes desta disciplina instrui que quatro etapas precisam estar em movimento constante, e para isso é imperativo se “iniciar logo”. O que se pode afirmar é que as localidades tendem a inação política, ou mesmo ao descrétido gerencial por não conseguirem enxergar o que ainda não aconteceu. Outro fator que dificulta a decisão de começar, está no cerne da cultura da crença em fatalidades – aquelas certezas canônicas de que fenômenos extremos atingem apenas os incrédulos.
Desastres desde sempre atingem a todos, em qualquer lugar e em todas as magnitudes, independentemente de credos, amulentos ou orações. Essa constatação foi ratificada no meado século 18 pelos filósofos iluministas. Sendo assim, sabendo que terremotos podem destruir Lisboa (1755) e preservar Paris, o melhor é aderir logo aos princípios da Gestão de Emergências e começar imediatamente.
No planeta, todos estão de alguma forma vulneráveis a perturbações de causas naturais. Esses fenômenos não têm critério para selecionar um ou outro lugar para atingir, mas têm a mais original determinação de impactar, seja lá onde for.
É, pois lícito reiterar não se tratar de presságio transcendente, mas de asserção fundamentada em evidências. As previsões metereológicas de que o El Niño 2023 provocaria distúrbios não podem ser colocadas sob a dúvida do “pode ser”, mas sem dúvida algum de que “vai ser”?
Qual o tipo e magnitude. Qual o grau crítico excepcional? Essa é a natureza das conjunturas climáticas e, por isso não se pode estar a dizer que foi surpresa ou que surpreenderá a alguém ou a todos. Apenas se pode reafirmar que são eventos “surpreendentemente intensos” e que por isso estão a merecer cada vez mais a atenção, incondicionalmente, de todos.
Não é de agora que emergências e desastres ocorrem na forma de incêndios florestais, vendavais, tempestades de verão, enchentes, avalanche de lama, deslizamento de encostas e outros tipos de impactos que atingem municípios, empresas e às vezes toda uma localidade, subjugando a vida, comprometendo a economia, a infraestrutura, os métodos de produção e o meio ambiente. Mas é agora que estamos a testemunhar as dimensões fenomenais e a saber como preparar para resistir e resilir aos impactos. Não espere, faça.
Comments