OPORTUNISMO P#3: O DEBATE
- Randal Fonseca
- 24 de jan. de 2024
- 3 min de leitura
A OPORTUNIDADE vs OPORTUNISMO INESCRUPULOSO
Vamos conferir o debate sob a ótica da Sociologia Cultural.
Podemos afirmar ser a oportunidade uma ocasião favorável, ensejo, um acontecimento capaz de melhorar o estado atual de um indivíduo, empresa ou sociedade; uma situação nova com potencial de trazer benefícios. Podemos acrescentar que a “oportunidade” trata das interações socioambientais, sendo lícito examinar essa palavra sob a lupa da intelecção de processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições. Mas o termo oportunismo conduz a uma outra conotação.
A Ciência das Emergências, como ramo mais recente da Sociologia, investiga as estruturas produtivas que interagem com o “meio-ambiente” por meio de injunções administrativas que trazem em sua conjuntura as relações trabalhistas. Neste sentido, os estudos sociológicos virtuosos envolvendo a cultura encontram fenômenos a influenciar comportamentos sutis que determinam como as oportunidades são aproveitadas, desperdiçadas ou desvirtuadas.
A Gestão de Emergências, como disciplina inovadora da Ciência das Emergências, precisa ser incorporada às empresas e a todos os níveis de governo, para que os dirigentes possam lidar com ameaças de forma sustentável (EESG – Economic, Environment, Social, Governance) ou seja, incluindo colaboradores, seus familiares, a cadeia produtiva de consumo e as políticas.
Em algum momento todas as pessoas têm oportunidade favorável para melhorar o desempenho e alcançar um objetivo alvissareiro.
Concordamos, portanto que o termo “oportunidade” é empregado no bom sentido, mas infelizmente, com a mesma intensidade pode ser colocado no mau sentido, em que a intensão da oportunidade seja de “tirar proveito em detrimento de”; ou “se apropriar em detrimento”. Então, ao se examinar o avesso da palavra, chegaremos ao significado do termo oportunista.
O dicionário explica que “oportunista” refere a pessoa que tira proveito dos outros, sacrificando princípios e normas, ou que explora as circunstâncias para obter vantagens imediatas, sem ser guiada por princípios ou planos consistentes. Então, um oportunista pode ser um enganador, um disfarçado que emprega artimanhas para iludir e convencer pessoas dotadas de boas intenções, mas despreparadas para perceberem o ardil. Infelizmente muitos oportunistas com suas estratégias nefastas são identificados nos estudos sociológicos das inter-relações empresariais e profissionais. Um caso clássico ocorre nas empresas quando gestores oportunistas enxergam na oferta de novas ideias e propostas de startups uma forma de progredir dentro da sua função. Em vez de encaminhar, ele busca se apropriar das boas ideias e sugestões aplicando estratagemas administrativos, enquanto solicita capciosamente que o “proponente” descreva com mais detalhes as especificações do “proposto”. Em tempos de Startups, as inovações são oportunidades para favorecer tanto quem inova, como quem adquire a novidade.
A Gestão de Emergências não é um apetrecho, mas um processo multifacetado com objetivo de se amoldar às organizações que operam no seio das sociedades por meio de uma complexa rede de relacionamentos. A contradição fica evidenciada quando esse conjunto de saberes voltados a curar vulnerabilidades se perde pela interferência do oportunista que se apropria do oferecido para ter um suposto benefício na sua carreira: aquele um que derruba a todos.
É lícito reiterar que emergências são eventos que precisam ser interpretados para que se possa estabelecer uma conduta. O oportunismo é uma conduta perversa que por décadas tem estado presente nas organizações e, que de alguma forma persiste sem que os tomadores de decisões encontrem uma solução, ou nem ligam. Compete, portanto a Gestão de Emergências debater para buscar os meios de sobrepujar os inescrupulosos que têm causado danos crônicos, tanto aos gestores inovadores como às administrações superiores: em detrimento de tudo.
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