SCC - SEGURANÇA PRIVADA
- Randal Fonseca
- 29 de dez. de 2024
- 8 min de leitura
O SCC (Sistema de Coordenação e Comando) é a ferramenta especializada para o setor de Segurança Privada gerir os recursos de resposta para eventos planejados e não-planejados.

O SCC DA SEGURANÇA PRIVADA POSSIBILITA:
Gerir eventos de quaisquer tipos, natureza ou níveis de complexidade;
Integrar diferentes organizações dentro de uma estrutura hierárquica flexível;
Dar suporte logístico e administrativo a operações táticas;
Monitorizar as ações de resposta de forma economicamente orientada;
Otimizar o uso de recursos cooperados e evitar a duplicação de esforços.
O SCC É ESSENCIAL PARA AS EMPRESAS DE SEGURANÇA PRIVADA
O SCC é um método especializado para atender necessidades específicas das empresas que operam no setor da Segurança Privada, com o objetivo de antecipar medidas para controlar ameaças socioeconômicas e proteger pessoas, propriedades e meio ambiente.

A base conceitual do SCC é o Programa Estratégico de Gestão de Emergências (PEGE).
Ao implementar o PEGE e dominar a ferramenta SCC os gestores conseguem:
Planejar e preparar o orçamento anual.
Contabilizar os recursos destinados a cada cliente.

E AINDA:
Aderir aos três conceitos básicos da gestão de emergências.
Identificar as quatro etapas do processo de gestão de emergências.
Preparar os recursos adequando às três fases de cada etapa da gestão.
Definir as três características essenciais que os profissionais precisarão apresentar.
Conhecer em detalhes as responsabilidades que os profissionais precisam assumir.
Entender que a etapa da mitigação é compartilhada com todos os demais gestores.
Saber identificar os perigos potenciais sob responsabilidade da Segurança Privada.
Analisar os riscos associados a cada perigo identificado.
Determinar os níveis de vulnerabilidade aos riscos dos perigos identificados.
Cobrar continuamente dos demais gestores as ações de mitigação.
Colocar em perspectiva continuada a etapa da preparação.
Listar o que faz parte do Programa Estratégico da Gestão de Emergências (PEGE).
Descrever as três seções de um Plano de Ações em Emergência (PAE).
Definir as oito seções do Plano Básico-estrutural.
Definir os cinco tipos de exercícios para avaliar a eficácia do PAE.
Avaliar a eficiência de um Centro de Operações em Emergência (COE).
Identificar os cinco estágios das ações de resposta.
Conhecer as atribuições funcionais implícitas aos cinco estágios da resposta.
Saber ativar o COE e conhecer as formas de funcionamento.
Saber lidar com a mídia e com os rumores.
Definir as estratégias para educação dos clientes durante as respostas.
Listar as atividades implícitas à recuperação de impactos.
Identificar e firmar contratos consignados para obter recursos adicionais.
Monitorar a qualidade dos recursos adicionais.

Com o PEGE e uso do SCC o público-alvo da Segurança Privada inclui:
Agentes em formação para atuar em hospitais, clínicas, UPA e comunidades;
Agentes para atuar em bancos, casas de câmbio, cassinos e similares;
Gestores de emergências para planejar estratégias em shoppings, portos e aeroportos.

NOTA: a CMA requer que os agentes da Segurança Privada se relacionem com políticos eleitos e indicados, líderes de associações de comércio e indústria, e transportadoras nos diferentes modais (aéreos terrestres e marítimos) e intermodais, nacionais e internacionais.
O SCC NO ÂMBITO NACIONAL
As lideranças e agentes das empresas de Segurança Privada precisam reunir habilidades e competências para antecipar a problemas e, na CMA propor soluções políticas e financeiras, ao lidar com os tipos e magnitudes de eventos (planejados e não-planejados).
O SCC NO ÂMBITO INTERNACIONAL
Desde 2007 as empresas de iniciativa privada norte-americanas optam por utilizar o SCC para aderir ao Plano Nacional de Resposta da FEMA (Federal Emergency Management Agency), integrando o National Incident Management System (NIMS).
No Reino Unido e Nações Unidas o SCC é adotado como padrão e, versões alinhadas a circunstâncias específicas foram então adotadas na Nova Zelândia, lá conhecido como Sistema Coordenado de Gestão de Emergências (SCGE).
A Austrália adotou como Sistema Australiano de Gestão de Emergências (SAGE), e a Colúmbia Britânica e Canadá, adotaram o Emergency Response Management System British Columbia (BCERMS) desenvolvido pelo The Provincial Emergency Program.
O SCC EM EVENTOS NÃO-PLANEJADOS, INCLUI:
Emergências médicas (com massivas vítimas).
Derrame de material perigoso.
Ataques terroristas.
Impactos naturais (incêndios florestais, inundações, terremotos e tornados).

Operações de busca e resgate.
Eventos com reféns.
7. Shooting nas escolas e em outros espaços públicos ou privados.
O SSC EM EVENTOS PLANEJADOS, INCLUI:
Concertos e comícios políticos
Maratonas, desfiles e outras cerimônias
Feiras e outros encontros
Exercícios simulados
Vigilância noturna

CONCEITOS-CHAVE DO SCC
1. Unidade de Comando
Cada indivíduo acionado para entrar em ação deverá se reportar apenas a um superior. Essa é a base da hierarquia de comando, pois elimina ordens conflitantes entre os supervisores, aumenta a responsabilização, previne decisões individuais e melhora o fluxo de informações. Esses fatores aumentam a segurança nas operações com o SCC.
2. Terminologia comum
As empresas de Segurança Privada desenvolvem padrões de procedimento independentes, com tendência a adotar terminologias próprias que levam a confusões nas interpretações, pois uma palavra ou um título de função pode ser diferente para cada organização.
Quando os títulos são diferentes e a empresa precisa responder em conjunto com agências governamentais, o uso da terminologia comum é essencial na coesão das equipes.
O SCC possui um glossário que traz consistência de títulos de postos-chave, descrição dos recursos e nomes de instalações. O uso da terminologia comum do SCC fica evidenciado quando se avaliam a importância dos títulos das funções do Comando e Estafe dentro de um conceito multilíngue que possibilita e interação e compreensão clara.

3. Gestão por objetivo
O SCC faz a gestão de eventos por objetivos específicos e classificados por prioridade.
Cada objetivo precisa ser alcançado, preferencialmente dentro do período operacional.
Para alcançar um objetivo, o Comando define as estratégias, propõe o plano de ação e determina as táticas de execução para a estratégia escolhida.
4. Organização modular flexível
A estrutura do comando no SCC é organizada para expandir e contrair conforme os riscos, o escopo e recursos. A Hierarquia do Comando é estabelecida de cima para baixo, por exemplo, o Comando Inicial é sempre assumido pela primeira agência que chegar à cena.
Ao assumir o comando, apenas as posições táticas são ativadas. Na maioria dos casos, pouquíssimas posições dentro da estrutura de comando precisarão ser acionadas. Ou seja, somente os eventos mais s complexos chegam a requerer a mobilização completa do SCC.
5. Abrangência de controle
Para limitar a responsabilidades pelos recursos ou por um indivíduo, o SCC exige que a supervisão das equipes seja estabelecida para no mínimo três e no máximo sete subalternos, sendo cinco o número ideal. Ou seja, um supervisor não deve ter mais do que sete recursos sob sua responsabilidade. Sempre que o número exceder a sete recursos, então o SCC define que o comando do grupamento seja redefinido.

6. Gestão estratégica com elementos que incluem:
A. PLANO DE AÇÃO NA CENA
O propósito é orientar os supervisores de grupamentos a direcionarem esforços para alcançar as metas do período operacional. O plano pode ser verbal ou escrito, porém se envolver produtos perigosos o plano na cena deverá ser sempre por escrito.
NOTA: no SCC, todos os recursos são rastreados e contabilizados por meio de:
Categorizar recursos.
Solicitar recursos.
Enviar recursos.
Mobilizar recursos
Ativar recursos
Rastrear recursos.
Recuperar recursos.
Desativar recursos.
Desmobilizar recursos.
Devolver e compensar recursos.
O conceito recurso disponível indica “estar apto a ser mobilizado”, porém sem que exista uma demanda no campo, enquanto o conceito de recurso fora de serviço indica não estar na categoria "disponível" e nem na categoria "mobilizado". Os recursos podem ficar "fora de serviço" por várias razões, incluindo a reclassificação (mais comum), aguardando pessoal, danificado ou inoperável.
B. COMUNICAÇÕES INTEGRADAS

“Integrar” indica o meio de o pessoal comunicar entre si durante as operações.
Equipamentos, procedimentos e sistemas de comunicação no SCC devem sempre garantir a interoperabilidade em todas as jurisdições.
C. COMPOSIÇÃO ORGANIZACIONAL DO SCC
Comando único - A maioria das respostas envolve um único comandante com a autoridade para tomar todas as decisões.
Comando unificado – É adotado em eventos com magnitudes em que várias agências são envolvidas. Cada agência indica um representante e um porta-voz que atuarão como uma única entidade.
Comando da área – Nos casos de múltiplos eventos simultâneos, o SCC poderá designar um Comando de área para cada cenário separado por condições geográficas. O Comando de área conta com Coordenador do setor de Logística e Coordenador do Setor de Administração e Finanças, mas não inclui o Coordenador de Operações.
Comando de eventos complexos ativará:
Centro de Operações em Emergências (COE)
Coordenação Multiagência (CMA)
Transferência de comando: devido à complexidade ou tempo de duração do evento o Comando deve ser repassado para uma pessoa qualificada. No entanto pode ocorrer o contrário quando há redução das atividades de resposta e o comando pode ser transferido para uma pessoa com nível de qualificação compatível com a dimensão. Outras razões para transferir o comando incluem mudança jurisdicional ou área de responsabilidade, ou pelo tempo de duração. A transferência de comando sempre inclui um briefing, que pode ser oral, escrito ou uma combinação de ambos.

Estafe do comando:
Supervisor de Segurança - monitora a segurança de todas as ações e pode propor mudanças nas ordens do comandante para garantir a segurança do pessoal.
Supervisor de Relacionamento – controla as informações a serem repassadas às partes envolvidas, incluindo a mídia, autoridades políticas e da iniciativa privada.
Representante na CMA – atua como interlocutor na Coordenação Multiagências.
Coordenação de setores:
Coordenador de Operações – direciona recursos do Plano de Ação na Cena.
Coordenador de Planejamento – coleta e expede informações do Plano de Ação na Cena, sobre a situação de todos os recursos e condição geral da resposta.
Coordenador de Administração e Finanças – monitora os custos, registros de pessoal, seguros, requisições, compras e aluguéis requeridos pela Logística.
Coordenador de Logística – prover serviços e suporte para o Plano na Cena.
Coordenação Multiagências (CMA) – pode ficar no Centro de Operações desde que as instalações tenham condições para os membros ficarem alojados por vários dias, devendo possuir sistema de energia, alimento, higiene e local para repousar.
NOTA: na CMA o pessoal delibera sobre decisões políticas e financeiras das operações; recebe representantes, das agências, dos órgãos governamentais e da mídia, mas não tem ingerência sobre os recursos em campo.
NOTA: na CMA as funções incluem coletar e analisar dados; tomar decisões que protejam a vida e a propriedade, manter a continuidade do governo, de negócios da corporação no âmbito das leis aplicáveis, disseminando as decisões aos interessados, como a mídia.

D. INSTALAÇÕES
a) Posto de Comando: local onde fica o Comandante durante a resposta. Há apenas um único Posto de Comando para cada evento. O Posto de Comando pode mudar de local e ser instalado em veículo, reboque, tenda ou em um prédio. O Posto de Comando deve ficar fora da zona quente, mas perto o suficiente para manter conexão com o evento. O Posto de Comando deve receber um nome associado ao tipo de evento ou da localidade.
b) Concentração: pode ser um local perto da cena em que os recursos táticos são
mantidos “em prontidão” sob o controle do Setor de Logística enquanto aguardam a designação. Deve ficar perto da cena para uma resposta rápida, mas longe o suficiente da zona quente. Cada evento pode estabelecer mais de uma Concentração para evitar desidratação e contaminações cruzadas, pela falta de acesso a EPIs - ver na foto abaixo.

d) Base é o local a partir do qual as funções logísticas primárias e administrativas são coordenadas. Haverá apenas uma Base por evento, designada pelo nome que venha ser atribuído ao conjunto de operações. A Base é estabelecida e gerida pelo Setor de Logística. Os recursos na Base estão sempre fora de serviço.
e) Pátio de operações: locais muitas vezes temporários, com facilidades para repouso, alimentação, hidratação, sanitários e outros serviços dedicados ao pessoal que esteja distante da Base.
NOTA: outros recursos também podem ser mantidos em um Pátio para apoiar as operações se a Base não estiver acessível. Os pátios de operações são identificados por localização geográfica ou número. Vários pátios de operações podem ser ativados, mas nem todos os eventos terão pátios de operações.
f) Heliporto é o local de onde as operações aéreas com helicópteros são conduzidas. O heliporto conta com serviços de abastecimento e manutenção. O Heliporto é designado pelo nome do evento, por exemplo, “Heliporto Enchente RS01 – 2023”.

g) Helipontos são locais para pouso temporário no evento, preparados para os helicópteros operarem com segurança, mas sem serviços de suporte ao voo.

NOTA: cada instalação no SCC possui requisitos únicos de localização, espaço, equipamentos, pessoal e suprimentos difíceis de obter no início das respostas.
E. EQUIPAMENTOS
O SCC usa nomenclatura padronizada para os tipos e funções dos equipamentos.
Para saber mais: CURSO SCC RTIBRASIL.

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