top of page

A (DES)PREPARAÇÃO PÚBLICA

Atualizado: 30 de set. de 2024

OS CRÔNICOS DESASTRES SOCIOCULTURAIS E AMBIENTAIS

Ao refletir sobre ameaças, as pessoas devem fazer melhor aquilo que podem realizar. 


As adversidades continuarão, como estiveram a continuar desde o início dos tempos.

Os impactos das guerras, fome, peste e das alterações climáticas extremas atingem grupos humanos desde os primórdios. “Acreditem”, nada disso é novidade, e temos que lutar.


O FATOR PIEDADE

É de partir o coração e lacerar a alma observar as imagens dos eventos climáticos que atingiram os pampas. É impossível encontrar palavras que possam expressar os sentimentos diante da devastação. O número de pessoas atingidas pelas cheias; mortas, feridas, separadas de seus entes queridos, com sede, fome e frio faz gemer de raiva, tristeza e desalento político.

Tudo é estarrecedor, para dizer o mínimo.


MAGNITUDES DE IMPACTOS

O Titanic, luxuoso navio de passageiros britânico afundou em 15 de abril de 1912. Após esse episódio emblemático novas regras foram elaboradas para proteger a navegação. O naufrágio causou um impacto de vultuosa percepção, tanto pelos 1514 mortos, como pelos 710 resgatados com vida pelo navio Carpathia. As lembranças do episódio atormentaram os sobreviventes até o fim da vida. Para o JGE é referência de grave falha no planejamento.

Em poucas horas morreram 1.514 das 2.224 pessoas a bordo.


Logo a seguir surgiram questões contundentes sobre o ambiente de trabalho nos estaleiros Harland and Wolff em Belfast, na Irlanda do Norte. Nos EUA foi aberto inquérito para ouvir sindicalistas em Chicago que chamavam a atenção para a morte de cerca 3000 trabalhadores durante a construção do navio. Em atenção as argumentações dos líderes sindicais, o Congresso Norte-Americano passou a Lei número 259, promulgada pelo Octogésimo Terceiro Congresso, Primeira Sessão, 36 US Code 461, 67 Stat.569 que criou o National Safety Council com a logo da CRUZ VERDE de Segurança do Trabalho – adotada pela CIPA no Brasil.


Em outubro de 1913, sindicalistas influentes em Chicago alertaram para o problema.


VAMOS COMPARAR

Com um único impacto no meio do oceano o naufrágio causou a morte de 1514 pessoas.

Já, as enchentes que atingiram s 478 municípios gaúchos causaram desde 29 de abril até a data desta publicação, 175 mortes de cerca de 2,4 milhões de residentes em todo o estado.

Dois eventos catastróficos completamente distintos em causas e dimensões geográficas, mas que provocam nas pessoas o mesmo tipo de indignação em relação a falhas humanas, tanto ao lidar com tecnologias inovadoras como o Titanic, como ao lidar com a natureza.

Vamos comparar.


A CRUZ VERDE

Nos EUA, o NSC com a Cruz Verde da Segurança passou a alertar sobre a indiferença com que a mídia tratava os eventos dramáticos nos locais de trabalho em relação à importância dada ao episódio do Titanic. O National Safety Council (NSC) passou então a contabilizar o total de vítimas dispersas pelo país e a categorizar todas as causas de lesões, incapacitações e mortes incidentais (não violentas) nos locais de trabalho, nos lares, logradouros e no trânsito. Desde a segunda década do século 20, anualmente, o NSC publica as estatísticas e encaminha para a OSHA que, desde abril de 1971 tem como missão garantir que os trabalhadores da América tenham condições seguras e saudáveis por meio da criação e implementação das leis e normas técnicas laborais.


Assim, no âmbito da nação brasileira, se somarmos o número de pessoas atingidas por eventos trabalhistas evitáveis, constataremos que no mesmo período das enchentes no sul do país, houve mortes e incapacitações ocupacionais que vão muito além de milhares. No entanto, devido a dispersão, essas perdas de vida e sofrimento não são tão espetaculares e não recebem nem de perto a mesma atenção da mídia tradicional ou das redes sociais.


DESASTRES CONTEMPORÂNEOS VÃO ALÉM DO ÓBVIO

As muralhas das cidades medievais, as fortificações monumentais, as ruinas das ilhas-prisões, nos último 50 anos se tornaram objetos de visitação pública, sob o manto vestal de turismo histórico e cultural, suscitando dos visitantes suspiros extasiantes.


QUEM DIRIA?


Mas, há quem diga que em pouco tempo, e da mesma forma, isso poderá ocorrer com os resíduos, entulhos e ruinas das vilas e cidades ao longo do Rio Doce, em Minas Gerais e, logo este tipo de visita poderá se estender às pradarias gaúchas devastadas em 2024.


Expostos aos efeitos sob o pretexto de turismo cultural ou ambiental ou os dois, as desgraças, sem graça, obtêm dos extasiados suspirantes a atenção, sem que suscite medo de o passado retornar, mas pode sim voltar, pois são recorrentes e atingem inconsequentes.


O MEDO E SEUS EFEITOS

Nas sociedades industriais há sempre uma ameaça candente a espreitar, e são muitas.


Essa é a realidade, como é também a polarização política, crises econômicas, terrorismo, estruturas colapsadas, ansiedade, depressão, destruição da família, psicoses durante a pandemia de 2021, deslizamentos de terras, ruptura de barragens, guerras, revoluções armadas, dentre outros cataclismos não-industriais, como terramotos, vulcões, degelo das calotas polares, tornados, ciclones, vendavais e, enchentes como no Rio Grande do Sul, no sul da Bahia, litoral norte de São Paulo, zona da mata Minas Gerais e algures. Para essas e muitas outras ameaças naturais e antropogênicas a solução que se apresenta neste primeiro quartel do século está em fazer o que for possível após sofrer o impacto. Será isso mesmo?


Alguns teóricos arriscam dizer que “de nada adianta sofrer pelo que não se tem meios de solucionar”, e comparam os efeitos das ameaças evitáveis com as não-evitáveis, como as tempestades solares que tampouco são negociáveis, mas são previsíveis.


ACESSAR O GOOGLE NÃO BASTA

Na Internet há informação, mas não há conhecimento, não há sabedoria. Estar preparado para controlar emergências e recuperar de desastres é preciso iniciar antes, muito antes.


Os dias se seguem como sempre se seguiram e o pânico não soluciona nada. Após eventos impactantes as pessoas criticam as falhas governamentais que sucedem a primeira falha.


De nada adianta estar a fazer exigências de mudanças gerais ou na governança, ou nas regras de Estado, pois isso tem sido um exercício inútil se essas regras e ordenanças não forem obedecidas. É essencial desenvolver, implementar e monitorar o uso racional do solo e dos recursos naturais, ou seja, seguindo as provisões e dispositivos do Plano Diretor, se a prefeitura local tiver um. Também, é preciso conhecer e aderir ao Plano Operações em Emergências (POE), se a prefeitura fizer a lição de casa; e o Plano de Ações em Emergências (PAE), se as empresas cumprirem as normas.


Como estão esses planos nos municípios? Estão os trabalhadores e famílias preparados?

Diante das falhas, as famílias precisam ter o Plano de Preparação Doméstica para Desastres.


É lícito reiterar não fazer sentido esperar que sejam os políticos, comerciantes e lideranças das indústrias a assumirem a responsabilidade pelo controle das emergências e pelas ações de recuperação de desastres. Não são. Também não são os heróis a dar conta de tudo.


COMO VIVER SEM ELES?

Para nós que coabitamos em uma sociedade complexa, fica muito difícil imaginar viver sem a existência dos médicos. Tanto os terapeutas, como advogados ou contabilistas receberam legitimidade em suas carreiras que dispensa questionamentos. Os serviços que eles prestam são de inestimável valor e o mérito deles deve ser recompensado com pagamentos à altura de suas performances. Esses profissionais entram em nossas vidas quando acreditamos que o conhecimento técnico que eles possuem nos auxiliará a resolver problemas. Poucos podem imaginar construir um hospital de seis andares com todos os serviços sem os benefícios da ajuda de arquiteto, engenheiro estrutural e diversos outros tipos de profissionais especializados. O mesmo princípio se aplica a experiência com o Tribunal de Justiça, sejamos nós os réus ou querelantes. Mas, quando pensamos em eventos socialmente perturbadores, como desastres e catástrofes ambientais, não podemos descuidar. Os gestores de emergências precisam existir. Mas esse profissional deve ser dotado do dom natural para estar a altura das responsabilidades que incluem, por exemplo, interpretar o modo de vida de grupos sociais e considerar que eventos não-planejados (que ninguém sabe o que é) precisam ter parâmetros pré-estabelecidos. Para os gestores de emergências isso é o básico, mas o que espera deles é muito mais complexo.


Mas, onde estão eles?

Policiais, bombeiros, médicos e enfermeiros, advogados, atuários? Percebemos que os primeiros a surgirem em nossa mente são os que trajam algum tipo de uniforme. Mas, se ajustarmos melhor o foco da nossa reflexão, outros tipos de uniformes de corporações aparecerão, como motoristas de ambulâncias, Proteção Civil, eletricistas, telefonistas, veterinários, marinheiros, mecânicos, aviadores, ou seja, os que definimos como recursos, e a lista pode ser expandida, mas os gestores de emergência ainda não estão dentre eles.


Então ao observarmos com mais profundidade concluímos que cada grupamento reflete diferentes áreas de conhecimento, e a maioria vem para cumprir tarefas que já estão previstas nos códigos, assistidos por normas de procedimentos que resultaram de ajustes entre a ética, a moral, leis e princípios que consagraram as conquistas trabalhistas. Então, muitos passos precisam ser dados para formarmos os nosso gestores de emergências.


Dentre esses profissionais qual escolheríamos para coordenar e comandar todas as ações?


Quem poderia desempenhar a atividade especializada que conecta todas as demais para alcançar o objetivo de algo que não estava no radar? É lícito lembrar que os eventos não-planejados têm estado a surpreender os humanos desde os primórdios, levando com isso a crer que os improvisos, criatividades, tentativas, erros e atos heroicos consistem a maneira de se dar a resposta a esses episódios: algo descrito como organização é desorganizada, com qualidade duvidosa, mas aceita. Poucas pessoas compreendem isso e menos ainda têm alguma ideia ou proposta consistente para solucionar esse desafio, por isso reiteramos que a função de Gestor de Emergências é uma emergência profissional. Essa profissão ainda não alcançou a legitimidade global, mas há que se considerar que todas as profissões que hoje estão aí, um dia tiveram que começar, não é verdade?


Então vamos lá.

Para operar as ferramentas da Gestão de Emergências é necessário qualificar o capital humano que demonstre possuir os atributos específicos identificados pelas experiências obtidas no Canadá, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Inglaterra, por exemplo.

Para entender, os atributos específicos exigidos para gestores de emergências são àqueles procurados nas atividades esportivas de alto desempenho: não basta o atleta querer ser bom e treinar. Os campeões têm que nascer com o dom. O mesmo ocorre com as “modelos”: não basta elas terem a beleza estética se não tiverem os predicados, a áurea que as tornam diferentes de todas as demais beldades. Dentre os privilégios naturais, precisa ainda ter senso de profissionalismo e dedicação para aprimorar as aptidões, desenvolver as técnicas e participar de programas de especialização e qualificação para conhecer e extrair o melhor. Os gestores de emergências precisam lidar com planos e colocar o planejado dentro dos sistemas integrados de telecomunicações, com vista ao SCC – Sistema de Coordenação e Comando.


SISTEMA DE COORDENAÇÃO E COMANDO (SCC)

O SCC preconiza o sucesso das operações garantindo a segurança de tudo e de todos.

O SCC possui características que incluem a estrutura organizacional modular, o uso de terminologia padronizada comunicações com português claro para que todos os recursos sejam ativados de forma compreensiva por meio da:

  • Abrangência da hierarquia de comando.

  • Pré-designação de locais e instalações.

  • Gestão de recursos nos períodos operacionais.

  • Benefícios das comunicações integradas.


A hierarquia de comando inclui: a unidade do comando, comando único, comando unificado e transferência de comando. A alternância de comando ocorre sempre que há uma mudança de liderança. A coordenação implica em manter os recursos sempre prontos para serem ativados por demanda do Comandante, para dar apoio à cena, fornecendo as informações com inteligência.

Estrutura organizacional do SCC

Sem conhecer todos os aspectos intrínsecos ao SCC, bombeiros, paramédicos, médicos, polícias e Defesa Civil não conseguem garantir a qualidade dos procedimentos. Não dá.


Portanto, o Programa Estratégico é condição obrigatória e inegociável a operar as treze (13) rotinas no dia a dia da gestão de emergências e as oito (8) rotinas na resposta e recuperação. Uma das funções essenciais é promover a preparação doméstica de forma a que as pessoas nas comunidades possam seguir as instruções e integrar os esforços cooperados. Assim, para efetivamente solucionar as fragilidades que parecem não ter solução, é preciso aprender como fazer – isso não é tarefa fácil. Nada é fácil até começar.

Esse é um conceito inadiável de todos sermos tanto parte do problema como da solução.


OS IMPACTOS SUBJETIVOS

Dentre as reconhecidas formas e tipos de impactos temos os objetivos (naturais ou antropogênicos) e aqueles subjetivos, ou seja, os que produzem danos crônicos, silenciosos, praticados no cotidiano. Um exemplo pode ser tomado da Pesca Comercial e do Turismo Cultural, ambas indústrias vêm revestidas de um manto vestal – algo natural.

A Pesca Industrial é um típico problema decorrente da incoerência legislativa.


Ora, se a caça a animais silvestres é proibida por questões de equilíbrio ecológico, então por que a pesca comercial, praticada com aparatos industriais, segue a enlatar as sardinhas que já há algum tempo estão no rol das espécies marinhas ameaçadas de extinção.


AS PRÁTICAS E SUAS JUSTIFICATIVAS

Para não ficar apenas a vaticinar, vamos esclarecer o conceito das causas subjetivas . As atividades praticadas sob justificativas glamorosas, como o turismo cultural, produzem eventos crônicos, os quais precisam ser trazidos à discussão para aprofundar as análises sobre os seus potenciais efeitos deletérios. A falha primordial pode estar na proposta “sedutora” de ser um processo de “desenvolvimento sustentável”. Essa designação tem em si o núcleo duro dos impactos sutis ao meio ambiente e ao contexto sociocultural.

O Turismo Cultural é uma incongruência, como podemos constatar.


SOB UMA PERSPECTIVA PESSOAL

Recentemente recebi uma “carta-convite” para ministrar duas palestras e realizar um Workshop sobre Segurança no Turismo Cultural, emitida pela Secretaria de Turismo e Lazer de uma proeminente cidade do interior paulista.


Na carta-convite estavam listadas as justificativas do objetivo e enfatizavam a intenção dos protagonistas em melhorar a segurança nas atividades turísticas e de lazer do município.

Chamou-me a atenção o fato de o signatário empregar no enunciado alguns vocábulos com possível intuito de valorizar o intento e induzir o destinatário a crer se tratar de um projeto embasado em seriedade incontestável. No entanto, a experiência ajuda a perceber quando esses jargões como “visão holística” e melhores práticas” se tornam inconsistentes se empregados para ornar de benevolência a disposição política de estar a fazer a coisa certa. Neste caso era de encontrar “alguém” para dar ao destino turístico uma áurea de segurança. No conjunto, sob uma lupa, era possível perceber uma falha na boa-intenção. Vamos examinar o porquê.


O PORQUÊ DO FACEIRO ENGANO

As promoções de atividades turísticas e de lazer têm a finalidade de atrair clientes para usufruírem de experiências gratificantes ao vivenciarem os atrativos naturais e culturais da localidade, que incluem desde gastronomia típica, acomodação espartana, piscinas naturais, passeios náuticos em represas, caminhadas, escaladas, cavalgadas, dentre outras atividades em contato direto com a natureza. Em resumo, as características supostamente inebriantes são de forma contumaz inseridas nos anúncios publicitários das prefeituras que enxergam ser o Turismo de Aventura e as atividades culturais oportunidades de levantar o capital primário, assim como um garimpo, e, a partir daí dar “fôlego” à gestão municipal. Essa ordem está invertida.

A regra do turismo é investir para depois usufruir dos resultados de uma gestão responsável.


Então, o primeiro passo do investimento deverá ser direcionado a qualificar o capital humano relacionado com as atividades culturais e de aventuras, pois são essas que requerem competências específicas para coadunar com as complexidades da natureza e com o previsível e arriscado despreparo técnico e forma física do público-alvo. Pessoas inexperientes atraídas pelas ofertas de atividades de “aventura” em destinos inexperientes são seduzidas pelos preços baixos e outras facilidades. No que diz respeito ao turismo cultural o processo é vender ao viajante uma relação mais estreita na casa das pessoas, algo como um Teatro de Arena (do século XXI).


MINHA CASA VIROU PARQUE

Com a designação de “a minha casa virou parque” o Professor Antônio Carlos Diegues revela o impacto que de forma subjetiva os turistas causam ao assumirem que a forma de vida diferente é uma “atração ou diversão” a qual eles deverão ao final da atividade atribuir uma avaliação: “gostei ou não-gostei” e escrever uma opinião para melhorar a experiência. É neste aspecto que o fator Cultura associado ao setor Turismo cria o risco subjetivo, pois não se pode mensurar os danos advir. É sob essa perspectiva intangível que se torna prevalente preparar o “quadro cultural” simbólico a ser exibido, em vez de deixar os convivas adentrarem ao quadro. Os comensais não são meros espectadores; a simples entrada deles no contexto altera a ordem natural para sempre.


Segundo Max Weber, não há como ser um observador isento com respeito a alguns aspectos da realidade cultural. As motivações subjetivas favorecem determinados comportamentos que interferem nas abstrações da realidade, e se confundem com a realidade, “criando o perigo iminente de a visitação aturdir a realidade” (WEBER, 1999a, 146). Assim, o juízo de valor incidirá sobre o cotidiano, embaralhando com a correspondência real.


Não há como essa atividade turística ser isenta: ela altera definitivamente o contexto. A subjetividade dos riscos implícitos precisa ser percebida e colocada em perspectiva pelos proponentes. O cerne deste problema está na má formação teórica de gestores que atuam no planejamento público. Esses discentes, com diplomas, mas sem experiência, são contratados pelas administrações municipais e ingressam apresentando propostas de fazer experiências com pessoas, como se elas fossem ratos de um laboratório sociológico.

Não são. São gente vivendo.


Um aspecto importante do Turismo Cultural e de Aventura é perceber que essas atividades estão imbricadas com diversos setores sociais, formando uma teia complexa que envolve políticas sociais, ambientais, econômicas e de propriedade privada. Em vários destinos turísticos incipientes as comunidades tradicionais se desfazem diante da visitação ostensiva.


O DESASTRE CULTURAL

Os nativos que por séculos praticam suas peculiares rotinas de subsistência, subitamente, ao se tornarem “acervo municipal” ficam desnudados como objeto para a curtição de urbanoides que, no mínimo, são curiosos – pois podem ser muito piores. Ao garimpar o disponível, as consequências dos apoderamentos resultam em “desastres culturais”. É sob esse aspecto que a palavra “desastre” precisa ser revisitada, revisada, e mais bem compreendida em sua amplitude e essência. A substância de desastre cultural consiste na crônica deterioração sutil, imperceptível e gradativa de longa duração.

Os efeitos nocivos são relevantes e atingem para além, chegando ao meio ambiente.


Na “Justificativa” da carta-convite nada havia que indicasse que aquela população local tinha sido minimamente preparada para ser colocada a entreter o público captado por agências periféricas de turismo. Sem plano, sem conscientização e sem prevenção, as comunidades tradicionais ficam expostas a caprichos que podem incluir desde assédio, uso de drogas e até da decisão de um ou vários visitantes se estabelecerem na localidade para “mudar de vida”. Ora, quando os “atrativos” são o cotidiano, há que reconhecer haver um problema grave na gestão municipal de buscar extrair dos viventes o suposto capital inicial para alavancar suas obras de desenvolvimento local. O resultado é o desastre cultural.


Reiterando ser a partir desta iniciativa esdrúxula que os responsáveis, em geral turismólogos, fazem suas “experiências acadêmicas” para adquirirem “experiência profissional”. Ou seja, os prejuízos não são pecuniários, mas vivenciais, com efeitos nefastos, imediatos e duradouros. É assim que os egressos das faculdades buscam saber qual é, ou qual será o saldo obtido da jogada.


Não se pode, e não é suposto que se possa “jogar” com a vida das pessoas cujo prosaico é colocado como “atrativo” aos olhos e paladares dos turistas; esses, pelo seu lado, acreditam que também estão a aprender sobre a vida dos outros. Acreditam estar a receber educação socioambiental enquanto espreitam e invejam “aqueles diferentes” (os outros).


Ai que lindo!


As observações nas ruas e cozinhas, os passeios náuticos, trilhas e outras ocupações delegadas a guias locais não podem e não devem ser incluídos como aparelhos turísticos sem que antes estes animadores recebam qualificação e orientação sistemática, para que saibam como lidar com os desafios que resultam de misturar as inatas habilidades culturais dos grupos sociais locais com as invasivas e desajeitadas curiosidades trazidas na bagagem cultural dos grupos urbanos.


NO CERRADO

Em outro cenário, analiso uma produção cinematográfica que está na NETFLIX com o título SERTÃO VELHO CERRADO. A obra está voltada a alertar sobre problemas candentes que ameaçam o Cerrado. Como solução, o diretor (cineasta) aponta abrandar a “agressão” do agronegócio trocando essa atividade pelo “turismo ecológico”, por exemplo.


Nas entrevistas que o protagonista conduz, ao defender os benefícios do ecoturismo, é possível perceber a vicissitude pungente da boa-intenção. As pessoas que vieram conhecer o Cerrado, entrevistadas pelo diretor, declaram terem ficado encantadas com as belezas naturais e com o singelo modo de vida dos habitantes tradicionais. Na fala seguinte, esses visitantes expressam o desejo de lá se instalarem. Ou seja, os embevecidos comensais já de lá não mais querem sair. Querem ir viver no Cerrado. Mas com qual objetivo? Fugir da vida urbanoide? Comercializar sua mão de obra? Qual a competência? Não interessa?

Nada disso é dito.


Em uma das tomadas de cena, o cinegrafista põe o foco em uma senhora que está a cuidar da sua cozinha e que, com muito orgulho diz: “os turistas gostam tanto do que vivenciam aqui, que já não mais querem voltar às suas casas; querem ficar no Cerrado”.

Observar a senhora a fazer o que faz porque sua mãe, sua avó e bisavó já faziam, embora possa parecer óbvio ser isso um objeto de lazer cultural, não é. Não é manifesto. 

Ou seja, a senhora expressa com dignidade o desejo de quem a visitou vir a se instalar na região. Ela faz isso como um autoelogio, mas ela não faz ideia do que isso poderá resultar.


O Cerrado não é a Disneylândia; não há lá emprego de Avatar do Mickey.


O fato é que não há investimentos para o Cerrado ser somente um destino turístico e não uma opção de fuga para aliviar as dores da vida urbana “massacrante”. As pessoas que por séculos habitam o Cerrado não estão preparadas a lidar com intrusos que buscam ter uma vida diferente, seja lá o que elas possam estar a entender como “diferente”. Os chegantes não estão livres do capital cultural das grandes cidades e, com isso, para onde quer que migrem sempre levam consigo os mais diversos hábitos e ilusões de burgos.


Quais as competências para alinhar com a cultura local?

Essas e outras questões candentes confrontam a simples vontade de mudar, pois sem saber o que fazer, o proposito passa a ser o de “fugir” de si mesmo. Essa vontade de ficar no destino da viagem de lazer é comum e o insucesso também. Sem conhecer os riscos dessas decisões tomadas nos sonhos de verão, o cinegrafista ao assumir a mentoria, deveria considerar se abster de inserir apologias no seu documentário. Aquela senhora não está preparada para se defender dessas colocações canhestras. Sob o manto vestal das imagens é possível perceber a falta de consciência em relação ao grave perigo que está a criar.


Ao criticar a agricultura, que é o propósito da filmagem, o diretor se lança como conselheiro social e sugere uma alternativa despropositada. O cineasta, como outros pseudotécnicos de tudo, mas como bem-intencionados, age com imprudência e grave falta de visão ao assumir ser o turismo uma panaceia universal. Interpreta que a vida nas comunidades tradicionais precisa ser “protegida” com os seus filmes pseudo eruditos. As pretensões desses documentários além de não proteger nada, estimula o que não deve. Onde quer que o turismo sem investimentos tenha sido a opção, têm trazido resultados que só fazem se somar aos problemas socioeconômicos locais: os desastres culturais.

Há que se considerar os danos dessas espontaneidades algures.


As lideranças locais podem concordar ser um grave erro estratégico permitir, ou até mesmo incentivar, visitantes a fixarem residência no destino turístico cultural. Mas só concordar com essa premissa não é suficiente. As comunidades precisam proteger seus modos de vida. Para isso, os nativos devem eleger lideranças coerentes. Quando não há consistência e competência, o resultado é a venda da vida das pessoas para capitalizar.


O turismo depende de bons e acertados investimentos iniciais. Já está para lá de comprovado que essa conta de trazer visitantes para alavancar melhorias está errada. O planejamento e o investimento devem “vir antes, muito antes”, do desastre anunciado.


A educação pública nos destinos culturais ajuda evitar o desastre cultural. É essencial iniciar os processos não durante e nem depois, como estão a fazer os que não planejaram antes. É sempre antes que se faz o plano. Uma referência para conduzir o planejamento estratégico é examinando as experiências de grandes centros culturais, como Florença na Itália, Lima, no Peru, Lisboa, em Portugal, onde a população tradicional foi defenestrada, e suas casas se tornaram pousadas, cafés ou lojinhas de bugigangas, tudo operado pelos novos habitantes, com muita venda de drogas e até prostituição.

Aeroportos modernos, hotéis de luxo, Airbnb, espreitar edificações, praias, rios, lagos, serras, montanhas, falésias e cidades históricas e festas são atividades com prazo vencido.


A partir dos anos 1970 as praias e as ilhas entraram no imaginário coletivo.


FERNANDO DE NORONHA

O arquipélago é um exemplo emblemático. Desde 1984 um bem-desenvolvido projeto científico já estava a conduzir pesquisas da terra, do céu e do mar. As ações acadêmicas eram protagonizadas pela Águas Claras: única empresa de iniciativa privada que operava as atividades submarinas e oferecia o suporte financeiro e logístico à Fundação Américo Vespúcio (FUNAVE). Essa iniciativa promovia o Comitê Pró-Parque Nacional Marinho, o Projeto Golfinho Rotator, o Projeto CEMAVE, o TAMAR, Fundação Garcia D’Ávila, o Projeto de Estudos Comparativos das Ilhas Oceânicas Brasileiras, das universidades – UNISSINOS – UFPR e Observatório Astronômico do Valongo.


Como resultado dessas interações multiinstitucionais, o programa de Soberania Marítima Brasileira sobre o mar territorial de 200 milhas (ZEE - Zona Econômica Exclusiva) incluiu no BNDO – Banco Nacional de Dados Oceanográficos as cooperações científicas aglutinadas pela Águas Claras, e uma relíquia que era a existência da única população oceânica insular no Atlântico Sul Equatorial,


A Águas Claras, por meio da FUNAVE, conduzia desde 1983 as investigações arqueológicas do primeiro naufrágio nas américas, ocorrido em 1503 e descrito por Américo Vespúcio.


As anomalias magnéticas indicaram os vestígios do derrelito e os registros foram então encaminhados pelo Ministério das Relações Exteriores (Ministro Sérgio Telles) a Sevilha, Espanha, direcionado ao Comitê das Festividades dos 500 anos da chegada de Cristovam Colombo às terras do além-mar.


OS POLÍTICOS E SUAS ...

Em 1988, com o advento da nova Constituição, o arquipélago foi reintegrado ao estado de Pernambuco e, na mesma data, foi decretada a criação no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PARNAMAR-FN). Competiu aos políticos pernambucanos assumirem a administração pública das ilhas, enquanto o IBAMA assumiu a gestão do PARNAMAR-FN. A partir daí todos os projetos de cunho científico, como a localização de água termal, com a ACQUATER, a pesca oceânica com embarcações italianas da COIPA, o Estaleiro-escola de preservação da arte naval artesanal – e, a escola de navegação de cabotagem - com embarcações tripuladas por equipes de nativos - engajada pelo então IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal que fazia a proteção da Reserva Biológica do Atol das Rocas; os estudos geológicos de “maré-de-crosta” e os comparativos geológicos com as formações da Antártica e das demais ilhas oceânicas brasileiras; as coletas de foraminíferos e a integração com o Geological British Survey, e Geological Survey of Finland que já se encontravam em avançado progresso com as instalações do laboratório magnetotelúrico, foram todas classificadas pelos políticos como impedimentos aos interesses do turismo de massa (com viés de promiscuidade e ajuda da mídia.


Para os dirigentes pernambucanos e para os ecologistas do IBAMA (recém-criado) as pesquisas científicas e as ações com foco na autonomia da população insular, eram uma chatice a ser exterminada – para o “aí-que-lindo” e a “sensualidade” se instalassem.

E assim foi e assim está.


SOLUÇÕES PARA CHEGAR AONDE ESTÁ


A primeira solução desatinada para contrapor as conquistas científicas descritas acima, foi convencer os ilhéus a acomodarem em suas pequeninas residências, sob a falácia de “casas dos pescadores”, os visitantes que chegavam de avião. As famílias ilhoas tradicionais passaram a cuidar do que se denominou “pousadas familiares”. Na realidade do dia a dia, o ambiente doméstico cedia seus exíguos espaços aos turistas, e os moradores deviam então aguardar que todos os intrusos dormissem para então irem pernoitar nas varandas e banheiros - incluindo as crianças.


A segunda solução mais engenhosa foi trazer os turistas em cruzeiros marítimos, alegando que essa opção evitava construir hotéis e restaurantes. Mas o interesse comercial dos navios de cruzeiros nada tinha a ver com o destino nada similar às “Joias do Caribe”. Os passageiros tinham que desembarcar em botes infláveis, pois não existia porto. Ao chegarem à praia, ficavam sem rumo e, em hordas, saiam a vagar pela ilha em busca de algo que justificasse ter descido do navio. Ficou evidenciado ter sido o fetiche criado pela mídia que motivava incautos a navegarem nos novos cruzeiros operados pelo velho e carcomido Funchal, vindo de Portugal. Os comensais não conseguiam sequer entender onde estavam. Não sabiam a diferença entre uma ilha oceânica e as ilhas costeiras. Também, não sabiam que o destino insular oceânico não incluía frutos do mar na gastronomia. A ignorância provocava desalento e frustração nos navegantes bregas.


Diante daquele público aturdido, as professoras da escola do arquipélago enxergaram a oportunidade de ganhar um dinheirinho extra, e, com isso, deixavam os alunos sem aulas para servirem como “guias turísticos”. Os pais aproveitavam a mão de obra das crianças para ajudar nos serviços básicos das “improvisadas pousadas”. A chegada do cruzeiro marítimo provocava uma convulsão, um frenesi, na pacata dinâmica da vida insular.

Para atender mais turistas era necessário construir. E as construções seguem ritmo frenético.


A pergunta que fazíamos era “para quê”? Por que utilizar o espaço insular para devaneios que poderiam ser direcionados a outros destinos, poupando as peculiaridades únicas daquela população oceânica que vivia diante de peculiaridades ecológicas e geológicas únicas.


ONDE ISSO FOI DAR

O resultado das irresponsabilidades, ignorância, incompetências e imprudências conduzem para onde foi exatamente preconizado, ou seja, que já se sabia onde ia dar – E deu.


Detalhes sobre os descalabros, se não puderem ser imaginados, precisarão de atenção do leitor e paciência para se debruçar sobre os relatos do que ocorreu no início e o que atualmente, de forma insólita, vem ocorrendo, com imenso potencial de piorar.

A ex-colônia penal e antiga base militar deixaram suas pegadas alterando as condições ambientais das áreas ocupadas na ilha principal, mas por outro lado, mantiveram inalteradas as áreas do mar oceânico. Oportunisticamente, o destino insular recebeu o glorioso rótulo de Esmeralda do Atlântico e foi idealizado como santuário e paraíso. Os discursos de venda bem-ajustados imprimiram nas ilhas do arquipélago um manto protetor, que proporcionou aos comensais uma visão idílica. Balela. E esse apelo forjado foi aplicado a outros destinos, e não somente a Noronha, a exemplo do Arraial do Cabo, Búzios, Cabo Frio, Paraty, Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. Abrolhos, Morro de São Paulo, Porto Seguro, na Bahia. Canoa Quebrada e Jeriquaquara, no Ceará. Praia do Pipa, no Rio Grande do Norte, e a lista foi adiante incluindo a Ilha Bela, a Ilha Grande, a Ilha Anchieta etc.


OCASO AO ACASO

O turismo como atividade de massa está em declínio. As hordas a escalarem o Evereste, a invadirem Florença, Veneza ou Roma, estão sendo reduzidas. Os voos lotados e os cruzeiros marítimos que estão a desembarcar turbas, terão o seu ocaso e isso não será ao acaso.


A indústria de receptivo do tipo de turismo idealizado por gestores anacrônicos tem tudo a ver com o garimpo, que exaure os recursos e logo busca outro lugar para prospectar. O lazer tradicional, como também o de aventura, precisarão encontrar novas formas de superar a decadência. A sensualidade e sexualidade estão a tomar os surrados assentos:

a conferir.


Confira no Google: Fernando de Noronha e a Sexualidade (não apenas a sensualidade).

É imperativo encontrar atalhos para sustentar o turismo cultural que não seja como uma droga que, ao viciar os consumidores atingem a saúde mental, o caráter das pessoas e a vida lúdica das comunidades tradicionais, deixando apenas resíduos pelo caminho trilhado. A conferir.


ESTEJA PREPARADO


O PORQUÊ DESTA PUBLICAÇÃO


Este texto, ao imbricar diferentes cenários busca chamar atenção para fatores que podem estar a resultar da incompetência de gestores públicos ou da crença de que reúnem a capacidade de fazer o que é certo, mesmo ao insistir na política do que está errado.


A estratégia de estar a minerar recursos com o objetivo de tornar produtiva uma atividade corrosiva ou resulta da teimosia, ou da incompetência, ou da cumplicidade. Já se sabe que não é possível reverter a natureza e/ou a cultura que tenha sido desnaturada.

Não dá. Simples assim.  

MUDANÇA DE PARADIGMA


O DIA DA TERRA

Em 1968, a Apolo 8 havia fotografado a Terra nascendo por trás da Lua. Essa imagem foi chamada de Earthrise (em português: “o nascer da Terra”) e desde então se tornou a foto mais divulgada no mundo. Kathleen Rogers, presidente da Earth Day Network, reiterou que a imagem do Earthrise desempenhou um papel fundamental no incentivo ao ativismo ambiental e interesses culturais. Ou seja, o Dia da Terra passou rapidamente a contar com a participação de um bilhão de pessoas, e criou o Movimento Socioambiental. Mas não foi só isso, pois desde então a visão de mundo foi modificada de tal forma que alterou o senso de percepção dos humanos. Por exemplo, o que antes focava os oceanos como celeiro do mundo com potencial para alimentar a população que crescia de forma exponencial, agora enxerga como lindas as criaturas marinhas.


O dia da Terra fez nascer o Dia da Água e o Dia de Tudo.


O DIA DA ÁGUA

A água é a fonte da vida, mas como tudo, depende das circunstâncias, pois também pode ser fonte de morte por afogamento, intoxicação e inundações. A água purifica, batiza e conduz, dependendo das culturas. A cultura, como tudo, depende das circunstâncias, pois pode ser fonte de coerência, incongruências e desavenças, dependendo da interação ou do isolamento.

a)    O contato entre a água e outras substâncias modifica o estado natural, podendo a partir daí se tornar tanto benéfica como maléfica, mas há como destilar as impurezas.

b)    O contato entre grupos sociais modifica o estado natural, podendo a partir daí perder a natureza de seus costumes tradicionais, mas não haverá como retornar ao estado original.


INTERFERÊNCIAS NAS DINÂMICAS HÍDRICAS 

A ação imprudente e inconsequente de assorear a calha dos rios e de avançar sobre as praias e costões rochosos, resultam de decisões que podem levar a turbulências, mortes, sofrimento e perdas materiais. Os costumes culturais são fluidos e, por isso as influências incautas podem levar a mudanças irreparáveis, causando prejuízos econômicos e alterações socioambientais. 


ESSA É A SÍNTESE

Os exemplos citados neste artigo buscam demonstrar os resultados funestos de decisões e ações que, em geral, têm suas origens nas “boas” intenções de ambientalistas, turismólogos, gestores públicos e privados. Os intentos podem ser comparável a um Castelo-de-Cartas, em que se pode retirar uma carta ou outra, até mexer na carta-chave e o castelo desmoronar. É isso. 

O DIA DE TUDO (ECOLOGIA)


No dia 05 de junho de 1984, quando se celebra o dia do Meio Ambiente, eu contribuí em uma cerimônia na ALERJ, proferindo uma palestra e exibindo uma faixa em que se lia:

O ponto nobre da ecologia é prever as consequências. 


Após 40 anos, nos pampas rio-grandenses, testemunhamos que as pessoas e seus gestores eleitos ou indicados falharam em prever as consequências das decisões inconsequentes.


A finalidade da gestão de emergências é manter o foco nas consequências. Sempre!


É importante rever as publicações JGE indicadas abaixo que explicam o significado de emergências para entender o vocábulo GESTÃO DE EMERGÊNCIAS e seus benefícios ambientais e socioculturais. Boa leitura.

Comentários


bottom of page