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PLANEJAR OU DESEJAR

Desejar e planejar mentalmente levam ao futuro, mas é a ação que faz a diferença.

Desejo é uma força fundamentalmente abstrata, descrito como ideias, afetos, significados e histórias que levam à constatação de que algo está a faltar.

Plano nos remete tanto a obter como a evitar algo por meio de ações, descrito como coordenar recursos cooperados para alcançar objetivos.


PLANO DE AÇÃO

As pessoas precisam ter em mente a necessidade de planejar as ações do cotidiano.


Atividades dia a dia podem levar normalmente os indivíduos a locais fechados, como cinemas, teatros, restaurantes, boates ou a conduzir um veículo, viajar de avião e navegar, por exemplo. O que se sabe é que independente do local ou da atividade que se está a fazer, se algo inusitado ocorrer é importante estar preparado para lidar com a condição.


Se não tiver um plano a tendência poderá ser ficar paralisado, sem saber como reagir.



UMA AMEAÇA À VIDA PODE TRAVAR A PESSOA


Essa é a percepção de John Leach, um psicólogo especializado em neurociência que aos 55 anos de idade foi consagrado como um dos maiores especialistas do mundo neste tema.

Leach foi instrutor de sobrevivência na Força Aérea britânica, e, sob uma perspectiva científica, ele decidiu investigar por que as pessoas têm reações diferentes ao serem expostas  a um perigo com risco de morte.


Leach diz ter compreendido que “o nosso cérebro não funciona plenamente quando mais precisamos dele.” Algumas pessoas perdem a capacidade cognitiva ao perceberem que estão diante de eventos críticos. Isso acontece porque o lobo frontal reduz subitamente a atividade impedindo o indivíduo de pensar com clareza, tendo como resposta apenas as reações autônomas, ou seja, sem raciocinar.

1.       Lobo frontal 

É o centro de controle do cérebro. É lá que ocorre o planejamento, raciocínio, resolução de problemas, julgamento e controle dos impulsos autônomos. Também é lá que são regulados os sentimentos, como a empatia, a generosidade e o comportamento.

2.       Córtex cerebral

É a parte externa que popularmente chamamos de “massa cinzenta”. É a área responsável pela capacidade de pensar, mover voluntariamente, fazer uso da linguagem, ter o senso de julgamento e de percepção. Por exemplo, com a ingestão de álcool a primeira função prejudicada é o senso de julgamento, e os primeiros sinais são a alteração da fala e da forma de andar.


PARALISADO DE MEDO

O medo pode paralisar qualquer um, até mesmo as pessoas com bom controle emocional. A reação de medo pode ser atribuída a vários fatores cognitivos, como a negatividade diante de desafios. Isso porque o cérebro é inclinado a dar mais atenção a informações negativas, amplificando os temores e inseguranças, levando ao que se define como choque psicogênico, paralisia traumática, congelamento ou paralisia pelo medo. Os pesquisadores que investigam a fisiologia do medo entendem que essa reação é parte de uma cascata de eventos definida como estresse, que ocorre quando o indivíduo fica exposto a um perigo com risco de morte.


O ESTRESSE

É importante conhecer como os fatores de risco presentes em emergências e desastres podem afetar o controle físico e emocional. O estresse ocupa posição preponderante ao provocar reações impensadas, às vezes violentas. Por isso, é essencial saber como controlar o estresse e ficar atento a pessoas com sinais de estresse.



O estresse acomete as pessoas de forma diferente, de acordo com o nível de educação, hereditariedade, treino e preparação. No entanto, uma pessoa sem treino ao controlar as emoções poderá tomar a decisão certa por impulso autônomo, sem o uso do raciocínio. Mas por outro lado, há aqueles que ganharam experiência ao passarem por ameaças e há os que receberam treino correto e preparação para lidar com adversidades graves.


O TREINO E PLANO PARA NÃO TRAVAR

Sabemos que pessoas com treino, conscientemente, nunca entram em recintos fechados sem pelo menos checar onde estão as saídas. Esse tipo de precaução faz toda a diferença no controle das emoções. Ao saber onde estão os acessos às portas de emergências, se estão funcionais e para onde levam, a pessoa treinada estabelece um plano de ação. Isso reduz o fator surpresa e possibilita não ficar em pânico, por conta da resposta hormonal.


FISIOLOGIA DO ESTRESSE

As respostas hormonais ocorrem quando o cérebro percebe uma ameaça através dos sentidos da face (visão, audição, olfato, paladar e tato térmico) e ativa o sistema nervoso simpático, liberando o cortisol e adrenalina. O nível elevado de adrenalina acelera os batimentos cardíacos e, com isso o ciclo físico respiratório é alterado produzindo tensão muscular.


Essas reações cessam mais rapidamente ou mais lentamente dependendo do treino e das características hereditárias. Alguns indivíduos são suscetíveis a efeitos tóxicos duradouros dos hormônios, abrindo portas para patologias. Sem o controle emocional adquirido com treino, os hormônios ativam respostas exageradas que na maioria das vezes decorrem de processos educacionais que conduzem a angústias e medo de ameaças irreais. Sabe-se que para uma pessoa treinada, o intervalo de tempo entre a percepção do risco e a reação é de apenas 100 milésimos de segundo. Já, para a maioria, o mesmo processo leva pelo menos dez segundos. Nas observações de pessoas que ficaram expostas a tragédias, um aspecto que chama atenção é que muitas reagem a ameaças como se nada estivesse acontecendo.


POR EXEMPO

Na Inglaterra, em 1985, um avião Boeing 737 pegou fogo enquanto ainda estava na pista de decolagem. A reação dos bombeiros do aeroporto foi imediata e controlaram o incêndio em menos de dois minutos. No entanto, 55 pessoas morreram mesmo estando abertas as saídas de emergência e tendo sido acionadas as rampas de desembarque em emergência. A pergunta que se fez foi “por que essas pessoas não fugiram? A resposta parece um absurdo: elas não fugiram porque decidiram pegar suas bagagens de mão. Com o funcionamento do cérebro prejudicado pelas descargas hormonais, as pessoas sem treino respondem segundo o que sempre fizeram ao sair do avião, definido como comportamento-padrão: o que sempre fazem.


OS SOBREVIVENTES

Sabemos que o funcionamento do cérebro de 10% das pessoas submetidas ao estresse agudo se normaliza em questão de minutos. Esses são os que costumam liderar os demais. No entanto 80% têm um tempo mais demorado para recuperar o controle e portanto somente terão a chance de sobreviver se receberem ajuda rápida dos líderes. Mas temos ainda 10% das vítimas, que, diante do assombro ficam paralisadas e não recuperam. São as que congelam e não se mexem; obstruem as saídas de emergência e causam a morte de outros. Estas são as pessoas que ninguém quer ter ao lado quando diante de grave ameaça.

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