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RISCOS JURÍDICOS *

  • Foto do escritor: Jornal da Gestão de Emergências
    Jornal da Gestão de Emergências
  • 2 de fev. de 2024
  • 3 min de leitura

As lideranças empresariais além dos riscos operacionais também assumem riscos jurídicos graves quando negligenciam os benefícios de um plano de ações em emergências (PAE) consistente com as medidas estratégicas para fechar as vulnerabilidades socioambientais.


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É importante salientar que esse tipo de informação não está disponível na tradicional formação de administradores de empresas, economistas, sociólogos, psicólogos e nem de advogados na língua portuguesa.


Por tradição, as organizações de iniciativa privada e governamentais entendem ser as agências públicas de resposta emergências as responsáveis unilaterais por cuidar de quaisquer emergências – e recuperar. Sob esse ponto de vista, as lideranças políticas como também as do setor privado ficam juridicamente responsáveis por todos os impactos socioambientais advindos. Há uma miríade de exemplos que podem ser citados para reiterar esta afirmação.


Incidentes de magnitudes apocalípticas de causas naturais estão previstos, como enchentes, vendavais, terremotos, tsunamis, ondas de calor, frio intenso, para os quais as tradicionais formas de respostas das agências não conseguem dar conta. O mundo mudou, a visão de mundo mudou, a forma de comunicar e obter informações mudou, e a maneira de estudar as emergências também mudou. O que ainda não mudou foram as mentalidades de resistir ao aprendizado de lições nada confortáveis como aquelas que os desastres ensinam.


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É essencial entender e assimilar o que essas mudanças representam, bem como acompanhá-las para não ter que procurar alguma deidade para se lançar a culpa.



Embora existam os meios para mitigar, preparar e responder a eventos de quaisquer magnitudes e recuperar em tempo e custos estimados, com bastante precisão, os gestores sem acesso a formação específica para gerir emergências, continuam a utilizar os antigos e inócuos planos de ação concebidos no início do século 20. Acontece que já estamos no século 21 e esses arranjos tradicionais já não se coadunam com os desafios atuais. É importante que os gestores públicos e privados se atualizem e saibam como estabelecer um aparato de ordenações e diretrizes alinhadas às provisões de planos estratégicos de ações em emergência para sair da retórica punitiva que, de forma contumaz, atinge exclusivamente os diretores de empresas e, com raríssimas exceções, poderá chegar a ministros de Estado. Independentemente da extensão territorial que atinja, seja uma boate ou uma bacia hídrica brasileira, ou uma floresta portuguesa, neste século, esses eventos são comunicados tanto pela mídia convencional como nas redes sociais, causando estragos que vão muito além do que é visível, ao atingirem reputações, corações e mentes em proporções difíceis de mensurar.


Um erro clássico de interpretação das comunicações é confundir emergência como sendo um evento apendicular da segurança, como se os incidentes ocorressem somente por uma falha na prevenção. A falha é da prevenção, mas não da Segurança, mas sim no sentido da compreensão sobre a essencialidade das ações estratégicas de planejamento.


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O MOMENTO É ESSE

Embora essencial, a Gestão de Emergências ainda é uma função mal difundida e não compreendida, e é ainda, muito mal interpretada por aqueles que pensam ter entendido tudo sobre o tema. Esse é o momento para aprender e o caminho está aberto para estudar.


Os dirigentes das empresas e os líderes políticos de todos os setores governamentais precisam entender que há agora uma nova ciência sob a designação de Ciência das Emergências, que como todas as demais ciências exige rigor interpretativo dos termos; que tem método e tem seu objeto no futuro, ou seja, é uma Ciência & Arte. Talvez por comodismo ou por presunção canhestra, ou por não perceber que contamos atualmente com a Inteligência Artificial, a administração, tanto a pública como a privada, não enxerga a Gestão de Emergências como uma disciplina pertencente a um tempo futuro, mas que já está aqui. Não percebem que se trata de um conjunto de saberes relacionados diretamente com a Sociologia e que está subjugada às culturas e que não tem nada a ver com Engenharia ou Medicina O Gestor de Emergências é um profissional essencial às administrações, tanto públicas como privadas, e precisa ser formado para cuidar de rotinas específicas, tanto no “dia a dia” da gestão como durante as emergências.


Enquanto esta função não for preenchida, serão os dirigentes empresariais e as altas lideranças políticas-governamentais que assumirão as responsabilidades e terão que ficar a responder sobre um assunto do qual não percebem nada, desconhecem tudo, mas serão penalizadas na íntegra por não a terem considerado.


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As lideranças empresariais além de serem responsáveis pelos riscos operacionais da organização também assumem riscos jurídicos graves por eventos inesperados, ao negligenciarem os benefícios de um plano de ações em emergências consistente.

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