A SEMÂNTICA E O PENSAMENTO
- Randal Fonseca
- 19 de jan. de 2024
- 3 min de leitura
O pensamento é intangível e só pode ser comunicado por meio de palavras ditas ou escritas.
A semântica dá às palavras o sentido, um significado que relaciona o termo a um determinado contexto. Então, ao comunicar, relatar ou descrever um fato importante, buscamos repassar detalhes para que o interlocutor possa formar o pensamento, compreender e assimilar as informações. Às vezes a informação pode dar origem a sérias ambiguidades de interpretação. Assim, os verbetes auxiliam consolidar conceitos estabelecidos por meio de um paradigma acadêmico-científico. A percepção semântica composta (Gestão de Emergências) foi além, e ampliou o foco ao modificar o conceito que deixou de ser uma atividade específica (como resposta a eventos indesejáveis) para se tornar uma função social, sob um prisma pelo qual episódios socialmente perturbadores passaram a ser examinados sob uma perspectiva holística (multidisciplinar). Com isso, a atenção se voltou à integração de recursos, porque o conceito central do “pensamento”, agora orientado pela conjunção desses dois termos, fez com que outras representações tivessem que ser repensadas, e isso é só o começo.
Esses enunciados formam conjuntos de competências, que se interlaçam e se complementam.
Em outra publicação JGE, na sessão CURTAS, sobre semântica, focamos a variabilidade dos significados atribuídos à palavra RISCO de forma a demonstrar a abrangência deste fonema, tanto para maximizar como minimizar a acepção, dependendo de como esteja ele posicionado em um dado contexto. Da mesma forma, o termo “emergência”, tem sido empregado para expressar uma miríade de condições, incluindo aquelas em que o sentido muda ao estar relacionado ao contexto ou quando vem associado a outros verbetes.
A SEMÂNTICA E A LINGUAGEM
Uma palavra assume um significado semântico à medida em que encontra um lugar numa determinada prática, e seu emprego passa a ser controlado por regras comuns da linguagem. Uma forma física, um objeto, faz parte do mundo sensível e está inserido na realidade prática e social das comunidades e suas culturas. O problema com a linguagem surge quando os fonemas passam a descrever o mundo das ideias, ou seja, quando a linguagem é artificialmente separada do seu ambiente próprio e de seus usuários.
A linguagem é o modo de se representar o intangível, algo imaterial que deixa, portanto de ser apenas uma informação e se torna em uma atividade essencial ao contexto social.
O significado de um verbete é dado por um objeto que, nas comunicações, é então substituído pela palavra que lhe for associada. Um conceito, ou um significado, são aspectos mentais que não possuem matéria, são “entidades” que se assumem existir pela expressão linguística. Daí, o que interessa saber nas comunicações é o que o falante ou ouvinte fazem com a expressão.
DEZ ELEMENTOS (SINTETIZADOS) DA LÓGICA FILOSÓFICA DE WITTEGENSTEIN:
1. A função da linguagem é descrever a realidade; nada pode ser dado sem a linguagem.
2. A Lógica determina a estrutura da linguagem e é um espelho cuja imagem é o mundo.
3. O conjunto de todos os estados de coisas possíveis forma o espaço lógico da linguagem. 4. A lógica é o limite do mundo. Não podemos pensar nada ilógico.
5. A linguagem é a totalidade das proposições.
6. A proposição, expressão de um pensamento, tem algo em comum com o que é descrito. 7. O pensamento é constituído de proposições que ligam os nomes dos objetos.
8. A cada elemento da proposição corresponde um objeto da realidade.
9. Pensamento e linguagem são uma e a mesma coisa.
10. A filosofia nada pode dizer do mundo; a filosofia clareia o pensamento, e nada mais.
Essa base lógica filosófica trazida aqui, tem apenas o propósito de auxiliar o leitor JGE a adaptar a semântica às interpretações de termos relacionados a Gestão de Emergências. Ou seja, a esta nova disciplina que está a empregar uma linguagem dedicada ao seu contexto, para facilitar os métodos de lidar com todos os aspectos culturais implícitos à complexa rede de relacionamentos que os gestores de emergências devem tecer e manter, para que todos façam aquilo que devem fazer para eliminar ou mitigar os riscos associados aos perigos.
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