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CIÊNCIA DAS EMERGÊNCIAS PARTE #3 OS COMENTÁRIOS

GESTÃO DE EMERGÊNCIAS / RECUPERAÇÃO DE DESASTRES


COMENTÁRIO SOBRE O PRINCÍPIO UNIVERSAL

O direito universal à vida implica em tomar medidas para a recuperação de desastres.

O JGE no âmbito das publicações tem difundido sobre o potencial que impactos de diferentes tipos e naturezas têm de causar sofrimento e danos. O princípio magno segundo o JGE, reside em garantir a dignidade das pessoas, e de as autoridades cumprirem com o dever de dar a assistência que salva vidas. O direito humanitário internacional prevê a obrigatoriedade dos Estados em prestar, de forma imparcial, serviços específicos durante conflitos.


PRINCÍPIO DA GESTÃO QUE DEFENDE O DIREITO À VIDA COM DIGNIDADE


O COMENTÁRIO JGE SOBRE O GÊNESIS DOS PRINCÍPIOS

Os ataques terroristas às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, modificaram a forma como até então os EUA categorizavam os desastres. O furacão Katrina em 2004, aprofundou ainda mais os debates sobre a natureza dos desastres. Em 2001 (Nova Iorque) a causa foi antropogênica e, em 2004 (Nova Orleans) a causa primária foi natural, mas na sequência do furacão, eventos antropogênicos atrozes surpreenderam as autoridades e superaram em muito tudo o que até então se podia conceber como atitudes violentas.

Os norte americanos foram compelidos a revisar os métodos e meios de controle pós-desastres que equacionavam medidas para causas naturais e providências para causas antropogênicas, adicionando parâmetros para a combinação de “causas naturais + causas antropogênicas”. Com isso foi grafado o vocábulo “tempo-resposta-integral” como paradigma a embasar o princípio das métricas aplicadas as ações de preparação, resposta e recuperação de desastres.


COMENTÁRIO JGE SOBRE O TEMPO-RESPOSTA-INTEGRAL

Esse paradigma corresponde a soma dos intervalos de tempo contados desde o momento inicial do impacto, acrescido da resposta e da recuperação. Neste conceito desaparece o tempo de espera para as pessoas obterem ajuda das agências de reposta. A revisão minuciosa de todas as ações voltadas ao Katrina, comprovou que em determinadas circunstâncias os serviços estatais não têm como chegar a tempo e, até mesmo, podem não chegar por muito tempo. Diante desta constatação, indivíduos e famílias deixaram de ser apenas o problema a ser atendido e passaram a integrar o conjunto de soluções. Sob essa concepção inovadora, todas as pessoas são agora tanto parte do problema como da solução. Para chegarem a esse nível de cooperação precisam aderir às atividades de Preparação Doméstica para Desastres.


COMENTÁRIO JGE SOBRE A MUDANÇA DE PARADIGMA

O que antes era denominado como Gestão de Desastres foi renomeado para Gestão de Emergências, considerando que a categoria “desastre” expressa que o impacto já ocorreu. Agora, sob a designação de Gestão de Emergências a disciplina deixa de focar apenas na preparação das agências para responder a chamados, e passou a dedicar aos princípios que envolvem toda a população em todas as etapas, incluindo a de recuperação de desastres.

Neste âmbito, para língua portuguesa, o JGE se posiciona como mediador entre a Ciência das Emergências e a implementação das atuais práticas da Gestão de Emergências, com prevalência na função social das empresas, ONGs e setores de governo, para daí avançar e abranger todas as pessoas, dando atenção especial aos grupos estratificados; aqueles que reúnem o maior número de riscos e vulnerabilidades a impactos.


As etapas de planejamento estratégico da Gestão de Emergências estão voltadas a:

  • Mitigação em que a responsabilidade de reduzir riscos é de todas as populações;

  • Preparação em que todas as pessoas devem ter meios para resistir a impactos;

  • Resposta em que a responsabilidade de educar e treinar pessoas e equipes fica delegada a empresas, ONGs e setores de governo que operam na localidade;

  • Recuperação em que as populações devem estar envolvidas nas ações, incluindo para lidar com os efeitos crônicos que acometem os vulneráveis.


COMENTÁRIOS JGE SOBRE OS TIPOS DE IMPACTOS E SEUS EFEITOS

Para as pessoas que sobrevivem a desastres não há diferença se a causa foi natural ou provocada pelo Homem, ou se foi a soma das duas causas. O que faz a diferença é a condição degradante a que ficam relegadas. Por exemplo, o governo dos EUA, com todo o aparato militar, não teve como defender contra os ataques terroristas do 11 de setembro e, a Marinha, com seus exímios fuzileiros navais, não teve como proteger as pessoas dos desdobramentos socioambientais do Katrina. Ocorreu que, após o impacto do furacão e dos efeitos devastadores do tsunami que se seguiu, as pessoas, e inclusive as polícias e servidores das ONGs, foram subjugados pelas gangs de ruas, somados aos malfeitores que foram liberados dos presídios para não se afogarem. Esses delinquentes demonstraram ter um nível de resiliência muito maior do que pessoas comuns e mesmo dos policiais destacados para cuidar dos abrigos. Com a maior parte da cidade estando submersa, muitos tiveram que subir nos telhados e lá ficaram sem receber ajuda, e pior, sendo literalmente atacadas por aligátores. Qual a lição a ser aprendida? Esses sinistros se tornaram objeto de estudos do Governo Federal dos Estados Unidos.


COMENTÁRIOS JGE SOBRE AS LIÇÕES APRENDIDAS

Passados 20 anos do Furacão Katrina e 23 anos das Torres Gêmeas, as lições ainda estão sendo objeto de estudos: nem tudo foi aprendido. O princípio está colocado nos “Direitos Humanos”, nos aspectos humanitários da Ciência das Emergências. A ratificação é de que nenhum país está livre de ser atingido por terrorismo, epidemias, terremotos, furacões e tsunamis ou, em alguns casos, por ruptura de barragem com danos devastadores como ocorreu no Brasil.

A área costeira do Japão foi atingida pelos efeitos somados de terremoto, tsunami e vazamento radiológico da usina atômica Fukushima, com efeitos que “mudaram tudo”*.


* Minissérie NETFLIX:

OS TRÊS DIAS QUE MUDARAM TUDO: Fukushima Daiichi, 11/03/2011.


O COMENTÁRIO JGE SOBRE A BUSCA POR PRINCÍPIOS

Os autores JGE selecionaram três princípios publicados por organizações para orientar governos, empresas, ONGs, famílias e indivíduos a implementarem as medidas de resistência e métodos de coordenação de esforços para a recuperação de desastres.

1º é do Governo do Canadá, refletindo os níveis de responsabilidades em diferentes contextos, sem constar nada a respeito dos valores éticos, morais ou normativos, ou como as etapas de resposta a emergências e recuperação de desastres devem ser geridas. 

2º é a Carta Humanitária SPHERE que enfatiza como as pessoas devem viver e agir, e os valores fundamentais que impulsionam as organizações.

3º é do livro de Erik Auf der Heide (1989), por ser bem orientado ao colocar foco nas estratégias de implementação e na prevenção de falhas que sucedem a primeira falha.



1° - O GOVERNO DO CANADÁ POSTULA QUE:

1.    Compete a cada pessoa saber o que fazer diante de emergências e desastres.

COMENTÁRIO JGE: o programa de Preparação Doméstica para Desastres tem objetivo de sensibilizar indivíduos e famílias a ingressarem na campanha, uma vez que, estudos pontuais realizados no Canadá demonstram que, a despeito dos US$1.917 bilhões (dólares americanos) investidos para proteger trabalhadores e seus familiares, de um contingente na ordem de 3.016.200 empregados, ocorreram 176 mortes e 128.124 lesões. Estes números indicam que, independentemente dos indiscutíveis progressos obtidos ao longo de décadas, ainda existem boas razões para justificar um exame mais detalhado dos métodos aplicados neste campo.

Fonte: National Safety Council – CADIEUX, J. e ROY, M. (pp.413-419).

2.    Se o indivíduo não conseguir proteger a si e a sua família, então o governo responderá, pois recursos são necessários, mas é preciso demonstrar qualidade e tempo-resposta.

COMENTÁRIO JGE: presumimos que em um futuro breve, seguindo os passos planejados, publicaremos um Manual de Preparação Doméstica, onde serão descritos os passos que cada pessoa deverá dar no seu dia a dia com relação a desastres, incluindo ações voltadas a vizinhos e aos animais domésticos.

3.    A maioria das emergências são controladas com a resposta das agências locais, que normalmente são as primeiras a responder em favor dos cidadãos.

COMENTÁRIO JGE: esse postulado atende a interesses políticos, mas as estatísticas despolitizadas demonstram um cenário bem diferente, ao contabilizar as respostas improvisadas pelas pessoas que não estão incluídas nos registros das agências.

4.    Cada localidade deve implementar a Gestão de Emergências, para em larga escala prestar assistência e suporte a equipes municipais ou comunitárias, sempre que necessário.

COMENTÁRIO JGE: esse postulado reflete as melhores práticas, pois as agências de resposta não dão conta de atender a todos, a tempo, em todas as circunstâncias.

5.    Os setores de governos e as agências de resposta que apoiam a população devem integrar esforços em emergências e recuperação de desastres que ameacem a jurisdição federal.

COMENTÁRIO JGE: nas últimas cinco décadas as mudanças climáticas extremas têm sido tema entre os países industrializados, ao refletirem sobre os esforços governamentais de resposta e recuperação de desastres, mas os resultados obtidos, mesmo onde investimentos massivos foram feitos, demonstram que uma longa jornada ainda terá que ser cumprida antes que as empresas consigam controlar os riscos e eliminar os perigos em suas plantas. Então as agências federais canadianas trabalham para envolver esforços comunitários cooperados nas etapas da resposta a emergências e recuperação de desastres, sem descuidar do policiamento de proteção civil, da segurança nuclear e de fronteiras, e das questões relativas ao meio ambiente.


2° - OS PADRÕES MÍNIMOS SPHERE POSTULAM QUE:

1.    A administração SPHERE reitera sua crença no imperativo humanitário e na sua primazia.

COMENTÁRIO JGE: a crença SPHERE vem fortalecer valores culturais – a dignidade e a ética que formam a base do Contrato Social. Assim ao reiterar o imperativo humanitário está a enfatizar aqueles valores que os jovens adultos podem descobrir com as práticas funcionais, como ao integrar esforços para recuperar de desastres e, por conseguinte, perceber o amplo significado das etapas de preparação e resposta.

2.    As medidas possíveis fundamentadas nas nossas convicções devem prevenir ou aliviar o sofrimento humano decorrente de conflitos: desastres, catástrofes ou calamidades.

COMENTÁRIO JGE: neste postulado SPHERE podemos constatar que as convicções estão voltadas aos jovens estudantes, para que se relacionem com outros e com o meio ambiente de forma respeitosa e colaborativa. Essas são qualidades universais, como a justiça, equidade e igualdade: elementos da solidariedade da compreensão e da generosidade; confluindo para que as pessoas se valorizem e daí, possam enxergar a coletividade.

3.    A população civil atingida tem direito à proteção e assistência.

COMENTÁRIO JGE: é lícito ressaltar que os resultados obtidos na proteção e assistência, mesmo nos países em que investimentos significativos foram feitos, ainda há percalços a serem superados antes que as populações consigam controlar os riscos e eliminar os perigos, e daí se sentirem efetivamente assistidas e protegidas.

4.    É com base no direito humanitário que SPHERE oferece os serviços das suas agências.

COMENTÁRIO JGE: mesmo com os serviços das agências, as medições e análises de resultados conduzem a conclusões de que propostas de correções ainda precisam ser feitas e efetivamente implementadas – uma vez que muitas não chegam à suficiência, pois perigos e riscos associados, irritantemente, continuam presentes. Vários autores têm apontado que os resultados das medições não revelam na íntegra a implementação dos princípios da Gestão de Emergências no ambiente de trabalho (Booth, 1993; Conley 2000; Mitchel, 2000; O’Brien, 2000; Shas & Blewett, 1995; Simpson & Gardner, 2001). 

5.    As ações SPHERE são direcionadas de acordo com os princípios da imparcialidade, em associação com princípios do Código de Conduta do Movimento Internacional da Cruz Vermelha, do Crescente Vermelho e das ONGs de Auxílio a Desastres.

COMENTÁRIOS JGE:

a)    O princípio dos combatentes e não-combatentes:

  • É sustentado pelas Convenções de Genebra de 1949 e Protocolos de 1977.

  • Têm sido cada vez mais corroído, como percebido pelas vítimas civis na segunda metade do século 20, eufemisticamente como “conflito interno” ou "guerra civil".

  • A denominação eufemística não deve ofuscar a percepção de distinguir entre os combatentes ativamente envolvidos em hostilidades, dos civis, doentes, feridos e prisioneiros, que não desempenham nenhum papel direto nos conflitos bélicos.

  • Os não-combatentes têm proteção do direito humanitário e imunidade a ataques.

b)    O princípio da não-reprovação:

  • Nenhum refugiado deve ser enviado (de volta) para um país no qual sua vida ou liberdade esteja ameaçada por causa de raça, religião, nacionalidade, adesão a um determinado grupo social ou opinião política; ou onde existam motivos substanciais para se acreditar que ele estaria em perigo de ser submetido a tortura.

c)    Os princípios da preparação, resposta a emergências e recuperação de desastres

  • Esses são os princípios da Gestão de Emergências que se inserem nos contextos.

  • Os valores percebidos e praticados se transformam na base da convivência influenciada pelas políticas empesarias que aderem à Gestão de Emergências.

  • As pessoas incentivadas passam a exercer o direito da liberdade para alcançar metas.

  • Para se superarem as pessoas precisam receber reconhecimento pelos seus feitos elevando a autoestima e conduzindo ao sentimento de pertencimento.

  • Esses princípios constituem imperativo categórico e, cada vez mais, impulsionam os grupos sociais a mitigar os riscos, investindo nas políticas associadas à “qualidade total”, que na essência se constitui como imperativo moral absoluto.


3° - DO LIVRO DE ERIK AUF DER HEIDE QUE DISCORRE SOBRE:


1.    Serem os recursos sempre limitados e, por isso as propostas de preparação para emergências e recuperação de desastres precisam considerar o custo-efetividade.

COMENTÁRIO JGE: os gestores de emergências aprendem logo no primeiro momento que terão equipe mínima composta, em geral, por pessoal com nível reduzido de escolaridade. Os gestores eficientes reconhecem as limitações e por isso investem no planejamento estratégico focando o custo-benefício das ações programáticas, iniciando pela mitigação de riscos.

2.    Que o planejamento estratégico deve considerar como 120 o número médio de vítimas e, a partir daí, esse padrão deve servir de parâmetro para números maiores de vítimas.

COMENTÁRIO JGE: uma base de cálculo modular, que adota o número médio de vítimas como parâmetro escalável, pode estar a subestimar a própria capacidade de se fazer projeções para sua área de atuação: empresa, comunidade, região ou até uma nação. Os gestores de emergências precisam avaliar as circunstâncias da localidade e os recursos, para planejar a coordenação de esforços (com treinos) integrados: algo bem diferente.

3.    Que o planejamento para recuperação de desastres deve ser proporcional a magnitude e tipo do último impacto a atingir a localidade.

COMENTÁRIO JGE: o mundo mudou, estilos de vida mudaram, as populações aumentaram e as alterações climáticas extremas estão a modificar as formas como localidades são atingidas por desastres impensáveis até pouco tempo. Desta forma, o planejamento para recuperar de desastres precisa equacionar mais variáveis do que se fazia há cerca de 30 ou 40 anos.

4.    Que o momento de se obter financiamento para preparação de emergências e recuperação de desastres deve ser logo após um desastre, mesmo que o evento tenha atingido outra localidade. A esse momento chamamos de “janela de oportunidade”.

COMENTÁRIO JGE: as pessoas e, principalmente as lideranças, por algum motivo só enxergam aquilo que convém. Daí estar correto exibir imagens de desastres e depoimentos das pessoas atingidas, incluindo autoridades, para convencer os tomadores de decisões.

5.    Que planejamento estratégico será sempre uma ilusão se não incluir os aspectos inerentes ao comportamento humano diante do impacto, incorporando uma perspectiva atrelada a recursos que seja conhecida e aceita pelos planejadores.

COMENTÁRIO JGE: está correto e consistente com o COMENTÁRIO JGE no item 3.

6.    Que a base para desenvolver planos de recuperação de desastre deve focar o que as pessoas são "prováveis" de fazer, em vez do que elas "devem" fazer.

COMENTÁRIO JGE: este postulado está superado. A probabilidade é de as pessoas provocarem falhas após a primeira falha. As recomendações da Gestão de Emergências é desenvolver o plano estratégico e preparar (indivíduos e famílias) para o que devem fazer e para o que não devem fazer.

7.    Que o plano de recuperação de desastres para ser eficaz deve ser intraorganizacional.

COMENTÁRIO JGE: o planejamento deve ser multijurisdicional, multidisciplinar e interativo.

8.    Que o processo de planejamento é mais importante que o documento que resulta dele.

COMENTÁRIO JGE: o planejamento estratégico pressupõe um processo dinâmico de constante adequação às táticas adotadas para lidar com desafios de natureza mutante.

9.    Que a recuperação de desastres não é uma extensão dos procedimentos de respostas a eventos do cotidiano, pois o planejamento vai muito além de pessoas e suprimentos.

COMENTÁRIO JGE: o postulado está correto, mas sob a ótica da Gestão de Emergências, é na etapa da Resposta que se iniciam as ações de “recuperação em curto-prazo” e, é na etapa seguinte que são postas as ações de Recuperação (de desastres) em “longo-prazo”, com suporte das organizações políticas e financeiras.

10. Que a recuperação de desastres traz problemas únicos raramente encontrados e enfrentados nas respostas a emergências de rotina.

COMENTÁRIO JGE: está correto, pois é na etapa da Recuperação que os políticos e as instituições financeiras assumem as decisões. Por isso, cumpre ao Gestor de Emergências traçar o plano de recuperação de desastres com base em projeções anuídas pelos políticos.

11.  Que os desastres demandam a coordenação Multiagência, multidisciplinar, multijurisdicional e intraorganizacional.

COMENTÁRIO JGE: este postulado diz respeito à essência teórica da Ciência das Emergências que coloca sob a luz, discussões sobre as múltiplas e imprescindíveis integrações da disciplina Gestão de Emergências que, em cada localidade ou empresa precisa qualificar pessoal para operar sob o SCC – Sistema de Coordenação e Comando.

12.  Que os esforços para recuperação de desastres consideram ser "problemas de comunicação" mas que na realidade são “problemas de coordenação disfarçados”.

COMENTÁRIO JGE: a Gestão de Emergências já desenvolveu as soluções, mas uma imensa maioria de localidades e empresas (de língua portuguesa) ainda recalcitram em ter o Gestor de Emergências a colocar os resultados em prática. Um desafio da cultura.

13. Que as pessoas que juntas desempenham bem seus afazeres diários, quando trabalham juntas em desastres apresentam bons e até excelentes resultados.

COMENTÁRIO JGE: a integração de equipes e a coordenação dos esforços cooperados resultam da percepção desse postulado, por isso os treinos conjuntos são recomendados.

14Que os desastres criam a necessidade de coordenar bombeiros, policiais, hospitais, ambulâncias, unidades militares, serviços públicos essenciais e ONGs.

COMENTÁRIO JGE: a necessidade de coordenar equipes multidisciplinares é uma constante, deixando de ser “boa ideia” para obrigatoriedade da Gestão de Emergências.

15Que há imprescindível necessidade de se ter um Centro de Telecomunicações com interoperabilidade para promover a integração de esforços cooperados.

COMENTÁRIO JGE: essa integração vai muito além de ter um Centro de Telecomunicações Interoperável, pois precisa estar associado ao  COE – Centro de Operações em Emergências e a CMA – Coordenação Multiagência. Soluções da Gestão de Emergências.

16Os controladores de emergências qualificados em nível multiagências internacionais.

COMENTÁRIO JGE: as tecnologias de traduções em tempo real por meio de aplicativos, em associação com bases de dados conectadas por meio das redes neurais já solucionaram.

17. A importância de redigir procedimentos para avaliar os requisitos da gestão eficiente.

COMENTÁRIO JGE: as diretrizes e padrões de procedimentos devem seguir o Manual de Estilos de Redação para se obter consistência nas avaliações de desempenho integrado.

18.  A triagem ser uma ação que garanta o maior bem para o maior número de vítimas.

COMENTÁRIO JGE: o sistema START – Simple Triage And Rapid Tratment é adotado pelas agências para emergências com múltiplas vítimas. Jump START faz a triagem pediátrica.

19O uso eficiente dos recursos disponíveis.

COMENTÁRIO JGE: o Sistema de Coordenação e Comando vai muito além da eficiência.

20. A realidade perversa que dificulta reduzir as baixas em desastres "difusos", como terremotos e tornados que cobrem grandes áreas geográficas.

COMENTÁRIOS JGE: o Plano Doméstico para Emergências e Desastres ao ser adotado por famílias soluciona e vai além, possibilitando prevenir as falhas que sucedem a primeira falha.

21A triagem efetiva que requer coordenar as organizações médicas e não-médicas no local do desastre e no trajeto entre o local e os hospitais de referência.

COMENTÁRIO JGE: após a triagem (START) a coordenação de suporte médico e de outras agências de resposta, desde 2007, é feita pelos telecomunicadores por meio de algoritmos.

22O pânico ser um problema comum em desastres pois dificulta desocupar áreas de risco.

COMENTÁRIO JGE: esse problema advém da falha crônica no planejamento estratégico da Defesa Civil que relega a resposta ao pragmatismo reativo. O Plano de Preparação Doméstica para Desastres inclui o treino das populações que estejam ou não em risco.

23A forma menos disruptiva de convencer pessoas que buscam por entes queridos na zona de impacto, ao centralizar as informações em local distante da área de desastre.

COMENTÁRIO JGE: o convencimento das pessoas se dá na Preparação Doméstica.

24Preparar com antecedência informações bem-organizadas sobre procedimentos para atender a perguntas contumazes formuladas pela mídia.

COMENTÁRIO JGE: essa organização de informações já está no âmbito do SCC com CMA.

25Que as notícias rapidamente são difundidas entre um tipo de mídia para outro.

COMENTÁRIO JGE: desde o advento das redes sociais as informações fluem e confluem diretamente entre as pessoas, muito antes de chegarem às emissoras tradicionais de mídia. São novos tempos.

26.  A forma de a mídia fazer julgamento do que pode ou não ser prejudicial para o público.

COMENTÁRIO JGE: são novos tempos. As informações correm a revelia de julgamentos.

27O Centro de Controle de Operações, onde o porta-voz deve receber a mídia para repassar os releases do Comando sobre as ações direcionadas à recuperação do desastre.

COMENTÁRIO JGE: desde o advento do SCC com CMA é assim que funciona (muito-bem).


COMENTÁRIOS JGE SOBRE A INTRODUÇÃO DE MODELOS

Considerando o estado incipiente dos princípios existentes (ou da falta deles) em muitas localidades, o JGE propõe que o campo da Gestão de Emergências precisa engajar o discurso a princípios consistentes com as melhores práticas. Os comentários JGE para cada princípio estabelecido (selecionado pelos autores) demonstram a evolução epistemológica no campo da Ciência das Emergências e como esse processo aprofunda o desenvolvimento da disciplina Gestão de Emergências em âmbito de governos, empresas, ONGs e famílias.

Assim, para dar uma estrutura aos debates, o JGE coloca em perspectiva (FIGURA 1) as etapas, a escala de categorização e os quatro princípios orientadores para os novos autores ou para que as organizações contribuam com as metodologias na língua oficial portuguesa.


FIGURA 1


TRÊS COMENTÁRIOS JGE SOBRE OS QUATRO PRINCÍPIOS:

Primeiro: não é um processo fácil capturar a essência de uma tarefa complexa e resumi-la dentro de um único princípio orientador.

Segundo: os "quatro princípios orientadores” (Figura 1) também podem ser descritos como recomendações ou questões críticas, na medida categorizada e das etapas da gestão.

Terceiro: os “princípios orientadores” foram submetidos a uma das agências patrocinadoras da ONU que subsidiaram a publicação: “Estratégia Internacional para a Redução de Desastres”. Na versão final dois dos quatro princípios foram excluídos. No entanto, o amplo espírito implícito a esses princípios foi mantido, mas sem a força “orientadora" que está na base. Isso demonstra com clareza existir relutância das Nações Unidas de estabelecer "princípios" para que não sejam considerados controversos, com potencial de atrair críticas ou ter implicações políticas e/ou financeiras.


PRINCÍPIO ORIENTADOR SUPERLATIVO

Reduzir riscos durante a etapa da recuperação de desastres

A estratégia da redução de riscos é objetivo central da gestão de emergências em um processo continuado e aprimorado gradativamente. No entanto, a competência para reduzir riscos se torna especialmente importante durante a etapa da recuperação. O processo de recuperação dos danos de desastres inclui prevenir riscos tanto nas operações em curso como nas prevenções de riscos futuros, para evitar repetição. Esse nível de escudos depende de que os servidores responsáveis pela recuperação garantam o apoio político e orçamentário. Somente com esse suporte assegurado é possível elaborar e implementar uma estratégia integrada de redução de riscos para o cidadão beneficiário.

A recuperação efetiva de desastres requer que a responsabilidade geral no governo esteja delegada a um setor exclusivo. Isso pode ser alcançado quando um único “organizador” é indicado e receba outorga do poder político para tomar as decisões.


A outorga do poder ao “organizador” envolverá:

  • Um mandato claro apoiado pela legislação

  • Princípios éticos

  • Recursos

  • Transparência na prestação de contas

  • Conexão direta com as secretarias e/ou ministérios

  • Conhecimento da dinâmica de recuperação de desastres

  • Mecanismos de consulta contínua com as comunidades

  • Sistema de informações eficaz na etapa da recuperação


CADA EXPERIÊNCIA CONTA: os leitores JGE podem (e mesmo devem) colaborar com conhecimentos voltados a Gestão de Emergências na língua portuguesa.


PERSPECTIVAS VARIADAS

Conhecimento

As comunidades possuem saberes, experiências e capacidades essenciais no que diz respeito a desenvolverem abordagens inovadoras para reduzir os riscos nas sociedades.


MUDANÇA DE PARADIGMA

O JGE tem estado a promover a Preparação Doméstica para Desastres, com fulcro nas empresas e famílias, pois todos os seus trabalhadores, lideranças e liderados, são cidadãos que estão igualmente vulneráveis a desastres. É importante lembrar que as autoridades de governo e lideranças das empresas seguem a doutrina da reatividade pragmática, em vez de adotar a gestão de emergência com foco na proatividade programática.


GLOSSÁRIO:

Recurso. Pessoal qualificado com equipamentos adequados

SCC. Sistema de Coordenação e Comando

CMA. Coordenação Multiagência























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